O mar estava na minha cara. Violento, desordenado, mexido. Um simulacro das minhas emoções. Pra lá e pra cá, sem nenhuma organização, exuberante em sua loucura, ao dispor dos ventos.
Penso em mim. O que fiz até agora para ser alguém melhor? Qual minha conduta com relação aos meus sonhos? Tenho sido alguém mais ajustada aos meus desejos? Sei não… duvido das minhas intenções. Invoco minha necessidade de melhorar, de estar a altura da ambição do que ainda posso ser. Astronauta ficou na infância. Depois ryka na juventude. Dona da família margarina, daquelas de anúncio de TV, já abandonei faz tempo.
Sobrou ser eu mesma. Mas afinal quem sou eu? Quem é cada uma de nós?! Você se conhece, se respeita, se aceita? E luta pelos seus ideais? Pega a vida na unha? O mar quebra lindo na praia de Geribá, em Búzios. Aquela onda perfeita, um tubo estilo Medina. Suspiro. Será um sinal que pode dar certo? Faço uma fezinha em Netuno, ativo a minha Iemanjá particular, miro o horizonte na certeza de encontrar a minha África. Uma lágrima escorre e a devolvo ao mar. Somos um. O mar e eu. Seco meu rosto e volto a mim encharcada de esperança.
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