Dar PT: o novo sexy é ser equilibrado
Precisamos de pés no chão. A elegância com equilíbrio
Não amiga, esquece a política. O lance aqui é perda total. Tem muita mulher madura em frangalhos. Abandonaram a etiqueta e seguem uma cadência do dia a dia histérico e, por vezes, etílicas, para recomeçar a vida no novo normal. Voltamos a trabalhar, sair, frequentar. Entre obas e olás perdemos a ginga da etiqueta social e só cometemos gafes.
Tem umas que começam uma conversa sobre o clima, a praia, uma viagem ou aquela bolsa mara e já emendam em achaques, reclamações, olhar vago e confuso de quase três anos enfiadas em casa. A maioria mais gorda. Muitas grisalhas. Boletos em cascata. Paredes por pintar. Todo mundo deu uma pirada. Ouvi uma amiga dizendo que mais do que sexo selvagem ou um cara com grana, ela quer um peguete mentalmente estável.
O novo sexy é ser equilibrado. Fiquei matutando isso e tenho que admitir. Nada mais erótico do que alguém que sabe seus limites, tem empatia, acolhe e pratica a generosidade. Quem precisa de pau duro? Precisamos de pés no chão. A elegância com equilíbrio. Claro que atrevimento e um toque de pimenta conquistam o coração de qualquer balzaca 50+.
Temos urgência em sermos equilibradas. Menos Rivotril e mais canabidiol . Se o cara meditar, viver com pouco, reciclar roupas e fizer um jantarzinho com menos de 200 reais em ingredientes, dou linda para ele. Sem pestanejar. Afinal, os engomados, ricos, viris, estão blefando. Sim . Mentindo. Ninguém que tenha passado por uma pandemia tão avassaladora misturada à essa penúria econômica consegue sair ileso.
Por isso, antes de dizer eu te amo, pergunta ao sujeito como ele lida com dinheiro, se já preparou seu enterro, se doou seus bens em vida e se está em dia com Imposto de Renda. Zero glamour? Claro. Estamos rasas, mas te juro, é melhor pecar pelo excesso do que pelo delírio. Narcise menos e vá de retro “Ai que loucura”. Meu mantra agora é fique bem, fique zen.