Alugue um amigo
Nessa sociedade de amores líquidos, sensações fluidas e sobretudo numa nova régua do tempo, urge a gente abrir a mente e achar supernormal
Isso mesmo. Não é sexo. É companhia. O medo da solidão, a necessidade de um par, a vontade de conversar, a necessidade de causar… sei lá, são tantos os motivos, mas na idade madura vejo cada vez mais o acompanhante sendo fundamental. Você vai dizer. Cuidador? Talvez.
Não aquele que coloca a tua fralda geriátrica, dá comida na boca ou te dá banho. É um reparador de almas. É um bofe que te leva na festa, ao cinema, na festa da firma, no almoço das amigas. Estranho? Pode ser… mas cada vez mais comum. Muitas mulheres omitem que aquela pessoa é fake, que nem amigo é, sendo apenas contratado através de um cardápio de pessoas. Quero louro, que fale inglês, viajado ou que jogue pôquer. Ah, pode ser apenas para te acompanhar no médico, passear com seu cachorrinho ou se sentar na mesa do jantar para papear. Enfim, tem de tudo.
Você pode pensar, que aberração, mas, talvez, não com esse nome e nem através de agência, você já tenha visto aquela tia mais velha sair com o amigo gay que ela conheceu semana passada. Muitas optam por homossexuais que não querem acasalar. Nem muito novo, nem tão velho, apenas o bastante para ter mais equilíbrio do que você, saber te proteger em situações adversas e que, é claro, seja bom de lábia e não faça feio em eventos sociais. Os amigos de aluguel estão em alta. Nessa sociedade de amores líquidos, sensações fluidas e sobretudo numa nova régua do tempo, urge a gente abrir a mente e achar supernormal. E, não é?