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Amor em modo online: quando encontros virtuais viram histórias de romance
O acaso de um encontro virtual abriu espaço para uma história de amor que resistiu à distância e ganhou vida fora da tela
O amor, dizem, é coisa do acaso. Mas, na era digital, o acaso também se conecta por cabos e sinais de wi-fi. Quem disse que para encontrar alguém é preciso baixar um aplicativo de relacionamento?
Às vezes, basta um clique errado em uma sala de jogo, um desencontro que se transforma em encontro. É isso que a história de Rubens e Ludmila mostra: que a vida virtual pode, sim, ultrapassar a tela e se tornar realidade.
Tudo começou em 2011, quando os dois se cruzaram em uma dessas partidas online. Rubens caiu de paraquedas na mesma sala em que estava Ludmila, que até pensou em expulsá-lo dali, já que não o conhecia. Mas a conversa foi ficando boa, o jogo seguiu leve, e a cada login a amizade crescia.
Amizade que virou rotina
O que era passatempo virou rotina. Todas as noites, depois do trabalho, lá estavam eles: jogando por horas, rindo das situações do game e emendando conversas que atravessavam a madrugada. O Skype, novidade da época, virou aliado das longas maratonas. A afinidade era tão grande que parecia inevitável.
E era só amizade, pelo menos até ali. Cada um vivia outros relacionamentos nesse período. O jogo tinha até um curioso sistema de “casamento virtual”, em que os personagens podiam se unir dentro do universo online.
Rubens e Ludmila chegaram a se casar com outros jogadores — e dividiam essas histórias um com o outro, entre risadas e comentários sinceros. Essa leveza só reforçava a confiança que os unia.
O primeiro encontro
Foram quase dois anos até que Ludmila, em Uberlândia, resolveu aproveitar as férias do trabalho para visitar Rubens, em São Paulo. Foi a primeira vez que se viram fora da tela. Ele virou guia turístico: apresentou a Avenida Paulista, o bairro da Liberdade, os shoppings e cantinhos da cidade.
Tudo ainda no clima de amizade. Até que, na última noite, dividindo o sofá da sala diante da televisão, o clima mudou. O primeiro beijo demorou para acontecer, mas chegou no momento certo.
Quando a amizade e parceria vêm primeiro, até as fases mais difíceis podem ser vencidas em dupla
A viagem terminou, mas a história, não. O que poderia ter sido apenas um beijo casual virou namoro à distância. Em 2013, os dois viveram de ligações intermináveis — vale lembrar que falar ao telefone ainda pesava no bolso — e visitas em todos os feriados prolongados.
Cada reencontro era como uma fase nova do jogo: expectativa, desafio e emoção. A pontuação dessa relação, no entanto, só aumentava a cada conversa, a cada chegada no aeroporto, a cada despedida temporária.
Superando desafios juntos
Foi nesse ritmo que surgiu a grande pergunta: e se um deles se mudasse de cidade? Depois de pensar e repensar, Rubens decidiu ir para Minas Gerais. A mudança trouxe ajustes, diferenças de rotina, até um período de afastamento. Mas a amizade, que sempre foi a base, manteve os dois de pé.
Se já tinham atravessado anos de tela e quilômetros de distância, não seria uma crise que derrubaria o que tinham construído. Assim, seguiram juntos. Compraram apartamento, oficializaram o casamento e deram o próximo passo: se mudar para o Japão, terra que sempre esteve presente no universo que os aproximou, o dos games e da cultura pop.
Vida compartilhada
Hoje, a casa deles tem até um quarto gamer, com computadores lado a lado, fones, luzes coloridas e horas a fio de jogo compartilhado. Também mergulharam no mundo dos cosplays e exibem com orgulho essa parte da vida a dois.
Rubens e Ludmila provam que o amor pode nascer online, crescer na distância e florescer na vida real. E que, quando amizade e parceria vêm primeiro, até as fases mais difíceis podem ser vencidas em dupla.
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