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Carol Teixeira (@carolteixeira_) é filósofa, sacerdotisa tântrica e escritora
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Revolução íntima: o prazer também pode ser ato político

Há mudanças externas para acontecer, sim. Mas olhar para si, para o seu corpo e o seu desejo, também faz parte

Por Carol Teixeira
30 set 2022, 08h42

Às vezes, estamos tão envolvidas discutindo sobre política na vida real ou digital, se desesperando com o atual estado do país, xingando o político que odiamos, nos intoxicando com as notícias cada vez mais desanimadoras, brigando com a família que pensa diferente de nós, que esquecemos que existe um fazer político em uma esfera infinitamente mais íntima que está em nossas escolhas do dia a dia. E o melhor: ele depende única e exclusivamente de nós.

Uma política que existe quando escolhemos o que comer, quando escolhemos o que fazer com o nosso corpo, quando decidimos quais relações devemos manter e qual devemos largar, fazendo valer os nossos limites e as nossas ideologias no cotidiano, a cada ato. A política também está na autorização que você dá ao seu prazer, já parou para pensar nisso? Gozar pode ser um ato político.

Ao longo da história, nos acostumamos a ter diminuído ou negligenciado tudo o que concerne o nosso prazer. Prazer feminino como algo menor, prazer como algo que você pensa depois de lidar com todas as outras coisas “sérias” da vida, orgasmo como algo da ordem do obsceno.

Se você conhece meu trabalho e tem acompanhado minhas colunas aqui, já sabe a minha visão: prazer é autocuidado físico, emocional, energético e espiritual. Subverter essa visão e nos afastar do corpo sempre foi uma grande forma de nos desempoderar. Descobrir essa energia em você e escolher o que você faz com ela é um ato que reverbera.

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Afirmando a vida: um ato político contínuo e pulsante, por você e todas as que vieram antes

Carol Teixeira

Você já refletiu sobre quantas vezes sua bisavó já transou sem querer ou sentir prazer? E sua avó? E sua mãe (dependendo de que geração você é)? Uma história de abusos naturalizados, corpos violentados sob o manto “sagrado” da estrutura familiar, da moral.

A obrigação da disponibilidade feminina, o dever de estar a serviço de algo ou alguém, preenchendo as expectativas, como mandava a cartilha da boa moça, em nome da ordem patriarcal. Tudo isso junto com a negligência e ignorância em relação ao prazer da mulher, cria um cenário de séculos de abuso que costumamos não pensar sobre, porque dói.

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Você, com seu super vibrador, seu papo livre sobre o tema e total acesso ao conhecimento sobre sexo, talvez esqueça que você leva essas marcas na sua linhagem feminina e que elas estão em você também.

Quando você empodera seu corpo, desvenda a potência dele através da expansão do seu prazer e se permite gozar em alto e bom som, você vai contra esses abusos, gritando e afirmando a interrupção desse processo com um amoroso protesto.

Afirmando a vida, tendo o prazer que é seu direito divino, esfregando na cara da história que a partir de agora vai ser diferente: seu corpo, suas regras, suas escolhas. Um ato político contínuo, pulsante, vivo, feminino. Por você e por todas as que vieram antes e não tiveram tempo de mudar o curso. Mas você tem.

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