Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 5,99
Imagem Blog

Roberta D'Albuquerque

Por Maternidade Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Roberta D'Albuquerque é psicanalista e autora do livro Quem manda aqui sou eu - Verdades inconfessáveis sobre a maternidade

Os filhos e suas fisgadas

Mãos nas costas e suspiro interrompido. Bolsa de água quente almofadas afofadas uma aqui outra lá.

Por Roberta D'Albuquerque
13 ago 2018, 15h22
 (gpointstudio/ThinkStock)
Continua após publicidade

O ar até doi, quando tenta ocupar o mesmo espaço entre cabeça e pernas. Claro que há pescoço, cervicais e torácicas, mas quando grita a lateral direita na altura da L3, nenhuma outra voz merece escuta. Nem mesmo a minha, dona do corpo choroso que abriga essa briga entre a fisgada e a tentativa de (inconcebível) relaxamento muscular.

Há três longos dias e noites, toda a atenção voltada para o desconforto. Falam as vontades e eu calo, convidam as músicas e eu paro, empenham-se os livros e dou de ombros (com todo cuidado do mundo). Mãos nas costas e suspiro interrompido. Bolsa de água quente almofadas afofadas uma aqui outra lá.

Se é a primeira vez que travo as costas? Não, escoliose desde pequenininha. Ocorre que tem feito muito frio em São Paulo e as noites geladas convidam para dois agravantes e uma impossibilidade de tratamento. A começar por Mia, a gata que ao primeiro despencar de termômetros transforma-se em uma criatura adesiva.

Coabitamos 50 centímetros de cama em um balé lento e desastrado que contém uma humana cuidadosa e praticamente imóvel e uma gata com sono levíssimo e grande potencial para acordar aos miados todos os membros da casa. Seguido pelo corpo tenso, resposta à sensação térmica de um dígito. Tudo isso embrulhado na falta de coragem de colar um emplastro de uma vez e sentir o gelo cortante desconsertar a birra da coluna.

Uma mãe penosamente torta que observa agora, a criança de 23 quilos retorcida no sofá, olhos fechados, sono garantido de quem ainda funciona em seu completo potencial. O roteiro aponta para um colo mais cama que me soa como o pior dos cenários. Tento acordá-la daqui, desde o “meu amor vamos deitar” até o “levanta que estou te chamando” sem nenhuma chance de obter sucesso em um futuro próximo.

A cena a princípio trágica, me devolveu à chegada de minhas filhas, quando passei a sentir com mais frequência a lombar, resultado dos colinhos que àquela altura eram um presente cansativo ainda que muitíssimo bem-vindo. “Só sossega no meu colo”, lembro de dizer convencida mesmo sabendo que mentia. Como dorme lindamente minha menina. É meu primeiro sorriso em três dias. Os filhos e suas fisgadas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.