Os riscos de uma entrevista de emprego por videoconferência
O timing, a postura e o ritmo dos diálogos são diferentes neste tipo de entrevista
“Estou participando de um processo seletivo para uma vaga em uma empresa de tecnologia na cidade onde eu moro. Como a sede da companhia fica em outra cidade, fui convocada para uma entrevista e posso escolher entre viajar até lá (às minhas expensas) ou ser entrevistada por videoconferência. Acho que a segunda opção é mais conveniente, embora eu preferisse o modo convencional…”
Existe uma razão para a sua preferência e ela já foi comprovada por pesquisas da ciência da comunicação.
Uma das pesquisas mais recentes apontou que entrevistas por meio de vídeo trazem menor nível de satisfação entre as partes envolvidas e podem influenciar negativamente o processo de decisão. Você mencionou que a empresa que a recrutou é da área de tecnologia. Pois mesmo entre essas empresas, o cara a cara se mostrou mais efetivo em termos de eficiência e resultado da comunicação.
As explicações para tanto são muito simples: numa conversa à distancia, o timing, a postura e o ritmo dos diálogos são diferentes. Há um risco grande de uma interrupção involuntária e, por medo dela, os candidatos tendem a evitar interjeições. O resultado desse diálogo “travado” são pausas desconfortáveis, que não colaboram para uma impressão de boa comunicadora.
Por vídeo, perdem-se também as chances de interjeições amigáveis e de uma análise acurada da linguagem corporal, visto que o entrevistado, em vez de manter a postura habitual, estará olhando fixamente para uma câmera.
Esses pontos merecem uma reflexão sobre se vale ou não pagar pelas despesas de uma viagem para uma entrevista. Talvez você não possa bancá-la. Então, respire, prepare-se e faça o melhor possível à distancia. Se puder fazer o investimento para ter uma conversa pessoal, lembre-se de que estará em vantagem entre outros candidatos. Boa sorte!
Leia mais: No escritório, como defendo minhas posições políticas?