Por que decidi reduzir meu consumo de produtos de beleza
Estou cada vez mais atenta ao desperdício, especialmente dos produtos que vencem mais rápido e exigem uso regular para surtir efeito
Enquanto escrevo esta coluna, contabilizo 55 dias em quarentena. A esta altura, já fiz todo tipo de revisão, inclusive em relação ao meu consumo de produtos de beleza. Para ser sincera, não sou de gastar descontroladamente no cartão de crédito. Mesmo antes de me tornar editora de beleza, ainda que apaixonada pelo universo, era muito racional na hora das compras. Hoje, faz parte do meu trabalho testar lançamentos e manter um acervo, mas sigo incomodada com acúmulos. Explico: ainda que varie o clima, minha pele não sofre grandes alterações, como apresentar mais oleosidade ou ressecamento. Logo, não preciso de vários sabonetes, hidratantes e óleos para usar de acordo com a ocasião. Também sou adepta da constância na aplicação para conferir se as promessas do rótulo são cumpridas. Costumo esvaziar um pote antes de começar outro. Só ensaio uma coleção maiorzinha de maquiagem (ainda assim enxuta).
Vivo analisando o que é realmente necessário. A intenção é reduzir cada vez mais por economia e, sobretudo, para evitar desperdício. Quando o produto entra em contato com o ar, ou seja, quando abrimos o frasco, inicia-se a contagem regressiva da validade. Os itens de skincare são os mais delicados. Então, nada faz mais sentido do que manter as aplicações conforme o indicado para não perder em efeitos nem em dinheiro.
De tanto ouvir falar sobre rotinas asiáticas de cuidados, com mais de dez etapas, senti vontade de conhecer melhor outras opções. Estudando slow beauty, que traz um pouco dessas ideias de contenção, entre outros conceitos, descobri o extremo oposto das asiáticas. É uma vertente que recebe o nome de skin fasting. A proposta é induzir um reset por meio da privação total de agentes químicos. Prega que se use apenas água na pele para voltar a um suposto estado natural em termos de oleosidade e até microbiota.
Sempre converso com dermatologistas, e o que mais ouço é que, pela linha natural ou pela complexa, os pilares essenciais são limpeza, hidratação e proteção solar. Além disso, acredito que cabe a cada uma de nós repensar modismos e entrar em sintonia com o que faz sentido para a gente – em termos de estilo de vida, de bolso, de recomendações profissionais e até sustentabilidade. Sigo num caminho contra exageros de consumo e livre do FOMO (fear of missing out, ou medo de estar por fora), de querer ter de tudo sem muito critério, mas apegada a poucos e bons produtos na rotina. Acho que é o equilíbrio que nos cai bem. Qual é a sua medida?
NA MINHA PENTEADEIRA
Não abandono o Sabonete Purificante Antioleosidade, Natura Chronos (63 reais), e o protetor solar Fusion Water FPS 50+, Isdin (90 reais). Um lançamento mais recente que já adotei é o sérum hidratante Intensive Hyaluronic, Esthederm (369 reais). Já perdi as contas de quantos frascos já usei do antioxidante Sérum 10, SkinCeuticals (270 reais), e do booster Mineral 89, Vichy. Este último funciona como hidratante leve em razão da textura de gel. Fiquei animada para provar a versão específica para a área dos olhos (170 reais).