Dia das Mães: quem cuida da gente?
Entre filhos jovens adultos e pais demenciados, cuidados de todos, mas não somos cuidadas por ninguém
Meus pensamentos nessa semana, véspera do Dia das Mães, versa sobre a geração sanduíche mulheres ( e poucos homens) que são pais de jovens adultos e filhos de genitores demenciados e doentes. Estamos no meio. Tipo recheio amargo. E nesse footing cerebral, de idas e vindas das minhas caramilholanças que invadem os meus nervos, eu divago: Quem cuida da gente?
Não vale a reposta: “nós mesmas” Gostaria muito de ter um pai, uma mãe. Presente. Viva. Disposta. Nem a pátria mãe-gentil tem feito o seu dever cívico. Vivo várias orfandades e, solitária, sinto a pele esgarçar. Mas volto ao ponto: quem cuida das mães maduras? Sente o tranco. Muitas, como eu, são arrimo de família e únicas responsáveis por colocar dinheiro em casa. Marido? O que é isso? Sobretudo se você já está no terceiro ou quarto casamento, sabe que homem muitas vezes só atrapalha.
Despesas, boletos, noites mal dormidas, menopausa, falta de trabalho e perspectiva. Por favor, não abandone esse texto agora. Sei que não tá fácil, mas prometo não fazer a eterna diva-depressão. Só quero uma resposta respondida. Quem cuida da gente, mães maduras? Aquelas que estão no limbo do cuidar dos outros. Cuidam de mães, pais, tios, vizinhos, filhos, enteados, cachorros, gatos e até de tartarugas. Pode isso Arnaldo?
Então, nesse Dia das Mães, não quero presente. Quero um aplicativo que resolva minhas dores mais profundas. Conto com você Elon Musk, pois antes de povoar Marte poderia dar um conforto espiritual para as balzakas. Sua fortuna iria triplicar. Garanto.