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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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A história do psicopata que assustou Boston é recontada sob ótica feminina

Fãs de true crime até conheciam o serial killer “o Estrangulador de Boston”, mas não sabiam que foram duas mulheres que ajudaram a prendê-lo

Por Ana Claudia Paixão
17 mar 2023, 08h30

Para os americanos, o serial killer conhecido como “Estrangulador de Boston” é até hoje uma das histórias mais assustadoras e fascinantes das páginas policiais. A vitimas, sempre mulheres, eram estupradas, humilhadas e expostas mesmo após suas violentas mortes. Havia um pânico justificado que se prolongou por três anos, porque feminicídio não era nem considerado notícia pelos grandes veículos de comunicação.

Não fosse o empenho de duas repórteres para reverter esse cenário e criar pressão sobre policiais machistas (e, alguns suspeitam, corruptos), talvez nunca nenhum dos crimes tivesse sido solucionado. O filme O Estrangulador de Boston, que chega ao acervo da Star Plus essa semana, é estrelado por Keira Knightley e Carrie Coon, e reconta pela primeira vez a fascinante história das investigações dando o protagonismo às duas mulheres que ajudaram a prender o culpado.

Para contextualizar: entre 1962 e 1965, nada menos do que 13 mulheres foram brutalmente assassinadas em Boston, todas violentadas e estranguladas, sem que a polícia conseguisse colher pistas suficientes para ter um suspeito definido. As jornalistas Loretta McLaughlin (Keira Knightley) e Jean Cole (Carrie Coon), que inicialmente cobriam pautas ‘femininas’ como moda e culinária, foram impactadas imediatamente pelo medo, assim como ficaram indignadas com o descaso de seu próprio jornal para noticiar os crimes. Determinadas, mesmo sem prévia experiência de cobertura policial, elas se jogaram nas investigações. Foram elas que deram o nome mais conhecido do assassino – o Estrangulador de Boston – porque sua “assinatura” era um nó de gravata que deixava nos pescoços das mulheres mortas. Sem Loretta ou Jean, as vítimas teriam sido ignoradas.

 Keira Knightley em O Estrangulador de Boston
Keira Knightley no papel da jornalista Loretta McLaughlin. (Star+/Divulgação)

A história do estrangulador não é novidade no cinema ou na TV. A versão mais conhecida chegou aos cinemas em 1968, O Homem Que Odiava As Mulheres, estrelado por Tony Curtis, pai de Jamie Lee Curtis, indicado ao Oscar de Melhor Ator no papel. Porém, o longa é tirado do livro de Gerold Frank, não das matérias de Loretta e Jean. Produzido por Ridley Scott e dirigido por Matt Ruskin, acompanha como Loretta foi uma das primeiras a conectar os assassinatos do estrangulador de Boston como o de um serial killer. Ao lado de sua colega e confidente Jean Cole, arriscam suas vidas em busca da verdade.

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E aqui chega à controvérsia. O estrangulador de Boston é oficialmente creditado como tendo sido Albert DeSalvo, um ex-soldado violento que confessou a autoria dos crimes. Porém, parentes das vítimas e dele mesmo suspeitam da confissão como uma manipulação de um advogado ambicioso que ficou de fato famoso com a história. Albert teria aceitado participar porque seria considerado “insano”, mas poderia ganhar dinheiro vendendo os direitos de sua história.

Ele apareceu morto no presídio e assim ninguém conseguiu avançar nessa versão. O DNA dele efetivamente estava no local de um dos crimes, mas a falta de padrão e alguns erros na sua confissão abriram dúvidas. Quer dizer, não para polícia ou para Loretta, que faleceu em 2018, e seguiu acreditando que Albert era mesmo o estrangulador de Boston. Maior resposta? Os crimes só pararam após sua prisão (e morte).

Ainda assim, sem poder suprimir os questionamentos, todos menos um dos assassinatos estão ainda em aberto por causa das dúvidas circunstanciais. Keira Knightley e Carrie Coon são duas ótimas atrizes e trazem em boas atuações, outra ótica para uma história tão traumática. Para Keira, que é inglesa e só conhecia a história contadas nos documentários sobre os crimes, os detalhes dos bastidores foram surpreendentes. Para as atrizes, é uma emoção a mais relatar pela primeira vez a história das jornalistas que conseguiram dar voz às vítimas, mas foram “apagadas”’ da narrativa. Isso dá ainda maior relevância de conferir o longa porque será finalmente contado por quem escreveu a história.

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