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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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House of the Dragon é uma obsessão e você não conseguirá escapar

Entre junho e julho, por oito semanas, a obsessão por dragões e reinos vai dominar as conversas. E a fantasia, inspirada em fatos históricos, é uma delícia

Por Ana Claudia Paixão
14 jun 2024, 16h00
House of the Dragon
A esta altura, você já escolheu o seu lado em House of the Dragon? (Max/Divulgação)
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Quando House of the Dragon estreou, em 2022, relembrei aqui em CLAUDIA a trajetória que inspirou ao escritor George R. R. Martin a criar o que batizou da Dança dos Dragões, a Guerra Civil que quase extinguiu a Casa Targaryen. Detalhes como esse contribuem para o sucesso da saga que é uma febre mundial, ao ponto de certamente irritar os que não são fãs de fantasia. Mas parte da atemporalidade da série faz é focar como o poder corrompe mesmo os melhores, e, passados dois anos, aqui estamos nós de volta!

Também é bom lembrar que uma das qualidades do texto dos livros de Martin está justamente na maneira com que ele “brinca” sobre como a História é oficializada e fica ainda mais interessante porque, como já falei, o autor lida com fatos históricos em seu universo, criando um mundo ricamente detalhado e imersivo que reflete a complexidade de eventos históricos reais, ao mesmo tempo em que incorpora elementos fantásticos.

Como no livro, os narradores não são confiáveis e os eventos históricos têm múltiplas perspectivas, os relatos históricos podem ser tendenciosos ou incompletos. Uma abordagem que acrescenta profundidade à narrativa e que reflete a ideia de que a história é muitas vezes escrita pelos vencedores, um eufemismo para lembrar que história é também propaganda, algo que o escritor adora relembrar.

Assim, se em As Crônicas de Gelo e Fogo, a base de Game of Thrones, os livros eram na primeira pessoa, com os preconceitos e sentimentos de quem assinava o capítulo, em Sangue e Fogo – a base de House of the Dragon – a trama é contada por um “historiador”.

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Isso – em tese – traria um distanciamento, mas o autor mescla testemunhos ou relatos de pessoas diferentes para concluir “o que aconteceu” e muitas vezes o que ficou como “oficial” é errado. Nós leitores nos divertimos desvendando a verdade, porque todos têm uma agenda.

Há espaço para ficarmos do lado que julgamos o melhor e questionar o que está nas páginas. Juro, mesmo que não goste de dragões, cavaleiros, Idade Média ou pura fantasia, por essa ótica sozinha já vale a pena conferir a obra. Isso porque a abordagem de Martin à história inclui um foco nas consequências realistas de ações e eventos, e seus personagens enfrentam a dura realidade da guerra, das manobras políticas e da ambição pessoal e essa base no realismo torna a história mais atraente e compreensível, apesar de seus elementos fantásticos.

Um dos melhores exemplos é ver em Sangue e Fogo a narrativa de um rei Joffrey longe do monstro que vimos na série Game of Thrones e até Cersei descrita como outro tipo de regente que não a cruel e vingativa que sabemos que ela é. 

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Tudo isso chega em House of the Dragon com ainda mais maturidade, mesmo que muitos mal humorados puristas reclamem das “liberdades” que os roteiristas da série estão usando para recontar o período da guerra civil dos Targaryens.

Mesmo em GOT, o universo era tão cheio de personagens que alguns foram eliminados e suas tramas foram “emprestadas” a outros. HOTD ainda não chegou lá, mas há rumores de que fará a mesma coisa.

Como fã obsessiva de todo esse universo, só compartilho que estou ansiosa para domingo e que sim, voltarei ao tema de Westeros novamente por aqui. Você já escolheu o seu lado?

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