Um papo com Vivian Lyra Blair e Sophie Thatcher sobre medos
Atrizes que estrelam “Boogeyman – Seu Medo É Real” entraram na pilha e confessaram à CLAUDIA seus medos quando crianças
Não curto filmes de terror, não gosto de pagar para ter medo. E a fórmula de escuridão, ruídos, música tensa e sustos funciona mesmo que seja conhecida. Ainda assim, curiosa para ver duas atrizes que vem se destacando no mercado – Sophie Thatcher, de Yellowjackets, e Vivien Lyra Blair, de Atração Fatal e Obi-Wan Kenobi, encarei o desafio de assistir Boogeyman- Seu Medo É Real.
Outra confissão, tenho um certo problema com Stephen King, o “mestre do gênero”. Salvo algumas boas adaptações de suas obras, em geral, um “monstro” está por traz e nem sempre é irreal. Aqui, literalmente. A história das duas irmãs, Sadie (Sophie Thatcher) e Sawyer (Vivien Lyra Blair), lidando com o luto da morte aparentemente brutal de sua mãe, estão alienadas sentimentalmente de seu pai, Will Harper (Chris Messina), um psicólogo que atende em casa. Quando Will recebe uma visita surpresa de um estranho e possível paciente que o alerta para o perigo que suas filhas estão correndo, ele não leva à sério. Afinal, o “bicho-papão” é um mito cultural no qual as crianças canalizam seus medos da escuridão, etc. Só que, claro, é um ataque real que Sawyer tenta em vão alertar. E, claro, tudo se encaminha como um filme tradicional de terror.
Boogeyman- Seu Medo É Real era para ter ido direto para o streaming, mas testes sugeriram que faria sucesso no cinema antes. Baseado em um conto que o escritor publicou há 50 anos e que foi incluído no livro de contos Night Shift, publicado em 1978, ele ainda não tinha sido escolhido para sair das páginas para as telas. Para o produtor Dan Levine, que leu The Boogeyman ainda criança, era irresistível “consertar” isso. Com a direção de Rob Savage, o filme é um exercício de tensão desde o início e não nos dá folga. Até que “vemos” o tal ‘bicho-papão”, que não tem como não ser risível. O que salva? Sophie e Vivien, claro.
Sabíamos do talento de Sophie em temas soturnos, e Vivien, que é nossa pequena Princesa Leia, assim como a filha de Dan Gallagher na série Atração Fatal, é extremamente convincente quando está apavorada (o que é o tempo todo). Nós três conversamos rapidamente sobre as gravações, trocando as histórias de medo do escuro quando éramos pequenas. Em geral, a lenda do bicho papão é que ele se esconde no armário ou debaixo da cama. No meu caso, o medo estava nas cortinas.
Pois é, mas Sophie, que assim como eu tem uma irmã gêmea, riu porque compartilhou teve o mesmo “problema”. Juro que não estamos querendo começar algo entre gêmeos, mas ela riu. “Eu também tinha cortinas estranhas e achava que ouvia vozes!”, ela compartilhou. “Eram como esses elfos estranhos estivessem nas minhas cortinas e eu ficava achando que, tipo, eles estão possuídos. [dá uma pausa]. Soa estranho. [risos] Mas minha mãe teve que trocar as cortinas!”, revelou.
Vivian, sempre fofa, a apoiou. “O mais estranho é que eu também tenho cortinas no meu quarto que não gosto, mas meu problema são as vozes que às vezes vêm do meu armário”, Vivian nos fez pausar. “Mas são vozes de gatos!”, riu. “De vez em quando o gato apenas espreita a cabeça para fora assim”, ela brincou, antes de contar que por alguns anos acreditou mesmo em Bicho-Papão quando seu urso de pelúcia desapareceu enquanto dormia. Ainda bem que não tinha Stephen King escrevendo o roteiro.
“Eram meus pais tentando pegá-lo para lavar. Eles entravam furtivamente no meu quarto para pegá-lo e limpá-lo enquanto eu dormia. Mas por uns 3 anos depois disso, tive pesadelos recorrentes de que um bicho-papão estava tentando roubar meu ursinho de pelúcia à noite, mas meus pais nunca admitiram isso para mim. E então, finalmente, dois anos atrás, disseram, ‘a razão pela qual você está com tanto medo disso é porque nós entramos sorrateiramente e pegamos para limpá-lo uma noite’”, riu. Tá vendo como começam as lendas?