Um passeio pela Budapeste ultramoderna
5 edifícios e espaços com arquitetura contemporânea
É fácil encontrar quase qualquer estilo arquitetônico europeu em Budapeste, uma cidade cuja ocupação remonta há 2100 anos. Descobrir prédios contemporâneos exige um pouco mais de esforço. Muitos húngaros olham com desconfiança os projetos pós-modernos criados para sua capital. Mesmo assim, arquitetos criam projetos futuristas, mas que ajudam a lembrar o dramático passado do país. Conheça alguns na galeria abaixo.
Sede da seguradora ING, por Erick van Egeraat. O prédio tem uma fachada composta por materiais como vidro e madeira arranjados de forma caótica. Seus três volumes têm colunas diagonais e parecem prestes a tombar. Estão conectados por halls transparentes e cordões de aço, que atam simbolicamente o conjunto. Tanta ousadia contrasta fortemente com os vizinhos, prédios modernistas e Art Nouveau. Turistas e moradores aprovaram; van Egeraat ganhou reconhecimento internacional.
Linha 4 do Metrô, por PALATIUM, Sporaarchitects, Tamás Komoróczky e Gelesz & Lenzsér. Talvez o melhor da nova arquitetura da cidade esteja nesse trajeto abaixo da terra, fruto de um concurso que procurou projetos contemporâneos. Na estação Fővám, pesadas vigas de concreto se cruzam em um mosaico; em Móricz Zsigmond, retângulos de cores fortes decoram as plataformas. Já Bikás Park (foto) tem um domo geodésico de vidro na entrada.
Memorial 1956, por i-ypszilon group. O conjunto celebra a revolução húngara, quando o povo derrubou os líderes comunistas e expulsou o exército soviético do país. O movimento começou como uma revolta de estudantes e triunfou por 11 dias, mas terminou em um banho de sangue, com 2500 nacionais mortos e 200 mil refugiados. O memorial em formato triangular fica na praça Felvonulás, onde manifestantes derrubaram a estátua de Stalin. Inicialmente dispersos, os postes se tornam mais próximos e mais altos até formar um sólido de aço inox de 8 m de altura. Esse volume “quebra” o chão da praça.
Casa do Terror, por Attila F. Kovács, János Sándor e Kálmán Újszászy. Os governos nazista e comunista usaram esse prédio de apartamentos como escritório, prisão e centro de tortura. Em 2002, o edifício foi transformado em um museu que conta a conturbada história da Hungria no século 20 e lembra as vítimas da tortura. A pintura cinza na fachada faz menção aos uniformes dos soldados. E uma fita metálica na cobertura projeta a palavra “terror” no exterior – mas também permite entrever o céu.
Palácio de Artes, por Zoboki-Demeter e Arquitetos Associados. Localizado próximo à margem do Danúbio, esse prédio abriga uma sala de concertos, um teatro de dança e um museu. Os usos foram distribuídos em salas com formatos diferentes, mas os públicos compartilham os mesmos corredores e escadas. A cortina de vidro e a colunata na fachada unificam o edifício e lhe dão um ar solene.