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Muti Randolph assina nova Galeria Melissa em Nova York

O profissional traz o LED, sua marca registrada, para o novo conceito da loja

Por Isabella Purkote
Atualizado em 15 abr 2024, 14h00 - Publicado em 4 ago 2017, 19h59
 (Divulgação/Melissa)
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A Galeria Melissa em Nova York mudou de endereço, e reinaugura com nova proposta. Localizada no SoHo, mais precisamente na agitada avenida Broadway, a concept store será ponto de encontro para jovens artistas locais. A marca deseja estreitar os laços com a cultura nova iorquina, e, além disso, o espaço estará aberto para que colaboradores possam desenvolver e exibir seus projetos. O designer carioca Muti Randolph foi o encarregado pela reforma, e conversou com a Revista Casa Claudia sobre este novo desafio. “A ideia foi criar um ambiente mutável, capaz de receber intervenções e instalações, expandindo as fronteiras do espaço e o transformando em uma pequena exposição de arte ao ar livre, como já acontece em São Paulo e, posteriormente, em Londres”, ele conta.

Sapatos em exposição na Galeria Melissa na Broadway
(Divulgação/Melissa)

A galeria é dividida em três ambientes principais. A entrada, assim como nas outras galerias da marca em São Paulo e Londres, é o espaço mais impactante: um funil caleidoscópico com telões de LED e espelhos conduz clientes e curiosos para dentro da sala de vendas, o coração da loja. Neste espaço fica a maior parte dos produtos em exposição. Pirâmides de acrílico pendentes, colunas gregas pretas e mobiliário de corian branco servem de apoio para os calçados e acessórios. Luzes de LED aparecem novamente para ligar a sala principal a um lounge com elementos predominantemente orgânicos, com um jardim vertical, ampliado por espelhos que preenchem todo o local.

Lounge com elementos orgânicos e jardim vertical na nova galeria Melissa da Broadway
(Divulgação/Melissa)

A inspiração para o projeto veio da própria arquitetura da região. A loja está situada num prédio com estrutura clássica, e Mut aproveitou para trabalhar com contrastes. Por isso, empregou os sistemas de luzes na fachada da loja e derrubou as paredes da parte interna para construir um ambiente completamente diferente e contemporâneo. “Como o prédio é histórico, não alterei a fachada. Dentro, rasguei o espaço clássico com pirâmides refletidas espelhadas nos 2 sentidos (revestidas de espelho e refletidas no espaço).”

Sapatos em exposição na Galeria Melissa na Broadway
(Divulgação/Melissa)
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Muti Randolph é um dos pioneiros em arte com computadores no Brasil. O artista utiliza tecnologia de edição de vídeo com peças físicas, para que suas obras mudem com o tempo e interferências externas, como um movimento ou som. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o design do clube D-Edge, em SP, em que utilizou pela primeira vez numa balada um software que muda as disposições das luzes de LED conforme o ritmo da música. Muti  também já fez instalações em importantes eventos da cultura pop, como o Festival Coachella e o São Paulo Fashion Week, onde o artista e a marca Melissa tiveram um dos primeiros contatos de uma relação bastante frutífera.

Muti Randolph assina nova Galeria Melissa em Nova York
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Confira abaixo o nosso bate-papo com Muti Randolph:

Pergunta: Você recebeu alguma orientação da Melissa para a criação do projeto? Ou a empresa te deu liberdade para criar o visual sem limitações?

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Resposta: Depois de tantos anos de relação, eu já conheço profundamente o conceito e os objetivos da marca, até porque em termos de arquitetura, eu contribui para a construção da sua identidade. Claro que eles me comunicam as necessidades especificas do projeto, mas visualmente eu tenho liberdade total. Hoje em dia eu só faço projetos de arquitetura que me dão essa liberdade, e a Melissa é um destes poucos clientes especiais que permitem a realização da minha arte num projeto de design.

Pergunta: Quais foram as suas inspirações?

Resposta: A inspiração veio do próprio espaço, da arquitetura original da região (colunas neoclássicas de ferro), do dinamismo e dos contrastes da cidade de NY, da matemática das formas geométricas, especialmente a pirâmide. Ai acontece também uma brincadeira com o conflito entre o clássico (arquitetura do prédio) e o contemporâneo (minha intervenção). Os elementos deste conflito remetem a outro conflito: o da cultura egípcia (pirâmides) com a greco/romana (colunas corintias). Fora isso, há elementos de inspiração tropical e modernista, como o jardim vertical selvagem e os brises de madeira e luz que delimitam o teto das pirâmides.

Pergunta: Quais são as semelhanças e as diferenças entre a galeria Melissa na Broadway e as demais galerias (em Sp e Londres)?

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Resposta: Todas dividem um conceito em comum, que eu propus no projeto de São Paulo, e deu muito certo: um espaço feito para mudar, para receber artistas e designers convidados que dão uma nova cara ao espaço a cada estação. Também como em São Paulo, nas outras duas há um elemento de grande impacto na entrada da loja, suporte principal das intervenções e mudanças, mas enquanto na de SP as mudanças são mais lentas, pois são físicas, em Londres e em NY eu faço uso de vídeo para poder ter mudança continua e movimento. Enquanto em São Paulo o prédio foi erguido do zero, em Londres e em NY são prédios históricos com uma forte identidade local.

Pergunta: A nova galeria será composta por três ambientes. Quais serão eles e quais as propostas de cada um? Terá algum trabalho de projeção diferente?

Resposta: A entrada é a primeira pirâmide, um funil caleidoscópio de LED e espelho que suga as pessoas da Broadway pra dentro do segundo – e principal – ambiente, formado por 2 pirâmides espelhadas como um balão de São João. Neste ambiente fica a maior parte da exposição de produtos. Este espaço conecta com um sala triangular revestida de espelhos, que serve para receber instalações de artistas convidados. Ao fundo, um lounge onde as formas triangulares e espelhos refletem elementos biológicos mortos (madeira) e vivos (jardim vertical).

Pergunta: Quais são as suas expectativas em relação ao projeto e o que você espera com o design inovador da nova galeria?

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Resposta: Espero que cumpra os objetivos do cliente, de se firmar como uma marca inovadora e divertida, que une arte, design e moda no mercado americano e mundial. Além disso, também espero possibilitar uma experiência interessante e nova para as pessoas que passam pela Broadway e entram na loja.

Pergunta: Quais são as afinidades que você sente em relação à proposta de design e arte da Melissa e o seu trabalho visual?

Resposta: Desde o começo da nossa relação houve uma identificação forte. Ambos buscamos a inovação tecnológica para o desenvolvimento de produtos e projetos. Fora isso, me identifico com o espirito jovem e divertido da marca. No começo, a identificação era mais direta entre os ambientes plásticos e coloridos que eu criava para eles nos lounges do SPFW. Ao longo do tempo, passou a ser uma identificação mais conceitual, menos superficial. Eles abraçaram um aspecto fundamental do trabalho que venho desenvolvendo na última década que é a relação do espaço com o tempo. Espaços quadridimensionais que se transformam ao longo do tempo através dos sistemas (hardware e software) que eu desenvolvo.

Pergunta:  Como funcionam as instalações com LED presentes na galeria?

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Resposta: A principal instalação é a pirâmide da entrada, com painéis de LED cortados por espelhos com resolução de 4k: um suporte de sonho para artistas de vídeo e novos meios.

Pergunta: Depois deste desafio, qual será seu próximo projeto?

Resposta: Daqui de NY passo no Rio apenas por 5 dias e voo pra Barcelona, onde participo do festival DGTL, com uma instalação de LED e estrutura metálica. De lá, vou para Minsk, onde participo de um festival de arte urbana com uma intervenção na biblioteca pública. Além do d-edge Rio, que está para abrir.

 

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