Lisa White e Li Edelkoort conversam com CASA CLAUDIA sobre tendências
Lisa White e Li Edelkoort, especialistas em tendências, mostram, com exclusividade, quais são as apostas na decoração para os próximos anos
Como é a casa que desejamos? A revista CASA CLAUDIA fez um resumo que mostra as principais tendências, segundo os especialistas, que alterarão o nosso jeito de morar. Na entrevista abaixo, a americana Lisa White, editora-chefe do WGNS-Homebuildlife, portal internacional focado em tendências para o mundo da decoração, afirma que “queremos uma casa calorosa e convidativa”. Mas há outros desejos a serem atendidos. Lisa trabalhou na Chanel e também colaborou com a consultora holandesa Li Edelkoort, que também conversou com CASA CLAUDIA. É especialista em cores, design e materiais. Aqui, ela compartilha suas principais apostas para a casa nos próximos anos.
O que queremos da casa hoje?
Esperamos que seja um pequeno paraíso, um mundo ideal que nos proteja dos desafios do mundo lá fora e nos permita curtir o tempo ao lado da família e dos amigos. A casa para nós agora é tudo: restaurante, escritório, academia, cinema e hotel. Nela, desejamos reunir o melhor desses locais: compramos todo tipo de equipamento profissional para a cozinha e, com nossos tablets, podemos trabalhar em qualquer canto além da escrivaninha. Nossos quartos e banheiros oferecem lençóis e toalhas tão macios quanto os de um hotel de luxo. Desde que a casa ganhou tanta atenção e interesse, temos dado mais importânecia às tendências para o morar.
E quais são essas tendências?
Cito três principais. A primeira é a Maciez. Queremos uma casa calorosa e convidativa, com mantas e almofadas por toda parte. São feitas de tricô, têm costuras duplas, plumas e peles. O mobiliário deve ser como um abraço, revestido de materiais agradáveis ao toque. Esses itens conferem cores e texturas fantásticas à decoração e podem ser trocados de acordo com a estação, modificando instantâneamente o ambiente. Tapetes também são essenciais. Já a segunda tendência chamamos de Perfeição imperfeita. Não queremos mais uma decoração perfeita, mas uma beleza que reflita a nossa personalidade. Isso significa misturar: peças artesanais com industriais, vintage com contemporâneas. Também cada vez mais tentamos produzir manualmente nossos próprios objetos. Por último,tecnologia emocional: a tecnologia está se tornando tão parte da nossa vida que já surge acoplada às peças da decoração. É o caso das geladeiras com minicomputadores que contam quando a manteiga vai acabar, do aspirador de pó robô que desliza pelo piso como um cãozinho. Temos computadores, tablets e celulares em quase todos os cômodos, incluindo a cozinha e o banheiro, e as estações para carregar esses equipamentos são lindas e bem boladas, integradas ao todo.
E quanto à sustentabilidade?
A estética natural e a sustentabilidade são ainda importantes. Em um mundo tão virtual e tecnológico, as pessoas desejam a textura de materiais naturais como a da madeira e a da pedra. Mas queremos saber de onde vem essa matéria-prima – se é local, se é trabalhada de forma ética…
Que cores serão mais vistas?
As mais calorosas: amarelo, laranja, coral e vermelho. Elas levantam o ânimo e ficam fantásticas com neutros e verdes. Temos visto essas cores na moda, nos móveis e nos carros. Magenta é outro tom que está vindo por aí. É um rosa quente com um pouco de azul e o interessante é que está sendo encarada como uma cor masculina: dê uma olhada nos sapatos de Kanye West ou nas medalhas das olimpíadas de 2012, em Londres.