Como projetar espaços para as novas estruturas familiares?
Terraços gourmets serão extintos e sofás com diferentes profundidades vão invadir a sala. Novos hábitos familiares incentivam mudanças na decoração da casa
“As casas do futuro não serão vendidas com terraço gourmet. Se os moradores compram imóveis e, de cara, já integram o terraço com a sala (para ampliá-la), não faz sentido vender uma planta com esse ambiente”, defendeu Silvio Kozuchowicz, sócio-diretor da incorporadora SKR. A afirmativa foi feita durante um debate sobre microarquitetura, promovido pela Loja Decameron e pela SKR, em São Paulo, e os convidados foram enfáticos: se as configurações familiares, seus hábitos e necessidades mudaram, as residências precisam se adequar.
O bate-papo ocorreu durante o lançamento de um prédio com casas entregues já com os móveis. “Num antigo prédio comercial com apartamentos de 50 a 70m², em Moema, fizemos um retrofit. A partir de estudos sobre as novas famílias e seus hábitos – os quais incluem a utilização dos espaços domésticos – , projetamos cômodos coerentes com os novos tempos. Cortamos o terraço da planta, já que hoje os moradores sempre o integram à sala para ampliar esse cômodo”, conta Kozuchowicz.
No entanto, a incorporadora quis ir além e oferecer aos moradores mais do que uma construção. “Aproveitamos nossas pesquisas e fizemos parceria com a Decameron e alguns designers. Com o levantamento em mãos, eles desenvolveram um projeto de design de interiores adequado às novas demandas e costumes das famílias pesquisadas”, revela Kozuchowicz. Os profissionais convidados foram Filipe Ramos, Guilherme Wentz, Juliana Lussá, Marcus Ferreira, Rodrigo Ferreira e o Superlimão Studio. O resultado se reflete, por exemplo, em composições de sofás com diferentes profundidades: os menos profundos foram dispostos em espaços apropriados para conversas e os mais, em regiões para o morador descansar. O morador poderá escolher, entre opções sugeridas pela loja, o mobiliário para decorar a residência. Caso prefira receber a casa vazia, sem nenhum móvel, também é possível.
“A função de um designer de interiores é esta: criar uma ponte entre a casa e o morador. Se o morador muda, a casa também precisa mudar”, diz Thiago Rodrigues, do Superlimão. Em sua fala, o arquiteto Ângelo Bucci, um dos responsáveis pelo projeto da casa, concordou: “a razão pela qual desenhamos é atender às necessidades do mundo. Precisamos estar ligados à realidade e aos novos significados e dinâmicas sociais para apresentar ideias e soluções coerentes com o tempo”.
O valor de um imóvel no prédio não foi informado. Mais informações podem ser obtidas pelo site da incorporadora.