Casa na Itália ganha traços contemporâneos pelas mãos de Paola Navone
Em meio ao cenário bucólico das vinícolas italianas, uma casa de tijolos é assinada pela badalada arquiteta Paola Navone. Uma mistura de séculos revelada em todos os detalhes.
O charme desta casa começa logo na paisagem. Situada entre as colinas de Umbria, próximo à basílica de Assis, no coração da Itália, está a antiga construção de fazenda. Mas quem vê de fora a estrutura rústica nem imagina o ambiente refinado dentro dela. Materiais e formas unem presente, passado e futuro, marca da arquiteta e designer italiana Paola Navone, que assinou o projeto de reforma. Seu estilo eclético combinou perfeitamente com as demandas dos proprietários, Andrea e Feliciano Campi. “Ela é um vulcão repleto de ideias originais com uma vocação para experimentações”, fala o casal, que confiou a restauração dos 500 m2 à profissional. Mesmo assim, o trabalho foi realizado em conjunto.
A escolha do mobiliário e algumas soluções estruturais envolveram a intervenção dos moradores, que preferiram trabalhar em sinergia com a designer. “Tínhamos que aprovar todas as sugestões. Quando não concordávamos, sugeríamos outras soluções. E, toda vez, Paola foi paciente, muito profissional e nos mostrou alternativas inventivas. Uma atitude atípica de arquitetos estrelados”, lembra Andrea.
A arquiteta quis manter a parede original de tijolos, do século 18, combinada com a estrutura imponente no teto de 9,50 m de altura com vigas de madeira aparente, tudo na cor branca. Os contrastes estão no piso e na mobília, em sua maioria escuros, que contribuem para delimitar os espaços e direcionar o olhar. Ao redor da mesa, feita com uma madeira rara da Nova Zelândia, está reunida uma “coroa” de cores e materiais das mais diversas origens. São as cadeiras, que enquadram a grande tábua e se diferem umas das outras. Os convidados podem se sentar em assentos de madeira ou ferro e em formatos aleatórios. Elas são o resultado da pesquisa de Andrea e Feliciano por antiquários, uma paixão do casal. No mezanino, tábuas assimétricas formam uma espécie de ponte, ligando a sala de estar com o ambiente privado. No meio dela, destaca-se a presença da icônica lareira Gyrofocus, de Dominique Imbert.
A casa foi concebida para receber poucos e bons móveis, com todos os acessórios à mostra, declarando uma grande cumplicidade entre os moradores e aqueles que têm o privilégio de visitá-los.