Cabeceiras sob medida
O sucesso das camas box fez surgir um dilema de decoração: como emoldurar o móvel de um jeito charmoso e confortável? Veja os segredos de três projetos.
Tudo começa com a definição das proporções da cabeceira e isso depende do efeito que você pretende criar. “Caso a ideia seja dar amplitude ao quarto, indico um painel horizontal, cobrindo toda a largura da parede”, diz a arquiteta Adriana da Riva. Já quem tem um pé-direito muito alto pode minimizar a impressão com uma cabeceira também alta. Antes da encomenda, analise as medidas (largura x comprimento x altura) do quarto, além das dimensões da cama. “Se houver espaço, opte por um painel com pelo menos 8 cm de espessura, que terá mais destaque”, ensina a arquiteta Julyana Bortolotto.
Revestida de espuma e tecido
No fim da obra do apartamento, os proprietários, prestes a se casar, já se conformavam em dormir num quarto sem cabeceira. Até que a arquiteta Maria Fernanda Rodrigues sugeriu uma solução rápida. “Bolei um painel dividido em dez partes, com acabamento de espuma e linho. O resultado é uma peça almofadada que cobre toda a largura do quarto e assim contribui para alongar o espaço”, explica.
Horizontal, feita de madeira
Paredes e criados-mudos brancos, combinados à cama box, resultavam num conjunto pouco atraente. “Os moradores queriam um ambiente mais aconchegante”, conta a arquiteta Carolina Haguiara, do escritório Área Arquitetura. Para aquecer o espaço, ela desenhou um painel horizontal de madeira de parede a parede. Feito de MDF, tem acabamento de folhas de curupixá tingido. Dois frisos demarcam a área da cama.
Ripado para esconder a janela
Com duas janelas no quarto, era difícil encontrar uma boa localização para a cama. Convocado a encontrar uma solução, o arquiteto Leonardo Junqueira sugeriu ocultar uma delas com dois painéis de correr de MDF ripado (93,3 cm x 1,45 m), que se abrem deslizando para as laterais. Quando unidos, eles formam uma extensão vertical para a cabeceira original da cama, que é estofada e foi embutida em uma caixa de MDF revestida de carvalho-americano.
Atenção aos detalhes técnicos
Na conversa com o marceneiro, não esqueça as questões práticas. “Se forem necessárias instalações elétricas no painel, o profissional deve prevê-las, fazendo recortes para luminárias e tomadas”, diz o arquiteto Ricardo Umada. “Também é melhor que a fixação do painel na parede seja feita por encaixe macho-fêmea ou com buchas. Isso permite retirá-lo com facilidade para o uso em outro local”, afirma Gilberto Moreno, da Moreno Móveis.
As várias alturas da cama box
“Cama box é uma caixa de madeira revestida de tecido e com pés, que serve de base para o colchão escolhido: de mola, espuma ou látex”, explica Tathiane Barbieri, analista de marketing da Copel. Há quatro versões: comum, com gavetas, com bicama e baú. As alturas vão de 22 a 40 cm. Somando a altura do colchão, que varia de 14 cm (espuma) a 40 cm (mola), em média, chega-se até 80 cm. O pillow-top, opcional, pode acrescentar até 16 cm ao conjunto. Assim, na hora da compra, considere se a cama não ficará alta demais para o seu quarto.
Cuide bem do seu colchão
Nos jargões das lojas de colchão, One side refere-se ao modelo que tem apenas uma face útil. Em geral, eles são de mola e por isso, mais pesados. Já os Double side podem ser usados dos dois lados. Para estes últimos, é recomendada a troca de lado a cada trinta dias. Já o rodízio de posição pés-cabeça deve ser feito de quinze em quinze dias, para os dois tipos de colchão. Com isso, evita-se o desgaste das peças, pois há uma “acomodação” da superfície – de mola ou espuma – ao corpo dos usuários. “Outra boa dica para aumentar a vida do seu colchão é usar uma capa protetora. Assim, evita-se contato com a transpiração, que pode danificar mais rapidamente os materiais que compõem a peça”, diz Tathiane Barbieri, analista de marketing da Copel. Na hora da limpeza, é possível usar os acessórios de estofado de seu aspirador de pó. Para eliminar ácaros, fungos e bactérias, há empresas especializadas. A Hygienitech, por exemplo, conta com um sistema de raios ultravioleta C – que simula a ação do sol – e sucção de alta potência. A máquina é usada sobre o colchão, e o serviço dura cerca de 40 minutos. Em São Paulo, custa R$ 110 para colchões de casal padrão. Segundo a empresa, a higienização dura seis meses. “Mas é recomendável repetir a limpeza a cada quatro meses se o cliente tiver alergias mais severas, como asma ou bronquite”, diz Ricardo Rocco, dono da empresa.