Aprenda a escolher o sofá ou a poltrona mais confortável
Os estofados devem acolher bem o corpo sem causar dores e incômodos. Especialistas ajudam você a entender melhor essa escolha
Sofás e poltronas precisam ser bonitos e combinar com a decoração e com o estilo de vida dos moradores. Mas também é essencial avaliar o conforto proporcionado pelo móvel. Afinal, é uma questão de saúde, uma vez que passamos horas sentados (e até deitados) nessas peças, conversando, assistindo à TV, lendo ou absortos com o notebook no colo. Eleja o modelo ideal para seu tipo físico. No caso de uma família, tome como base a pessoa mais alta da casa ‑ as demais conseguem se adaptar com o uso de almofadas de apoio lombar. “Na loja, ao experimentar o sofá, sente‑se em posição de lótus. Nessa postura, é necessário caber sem sobras no assento e ter as costas totalmente apoiadas no encosto”, ensina o designer Marcus Ferreira, das marcas Decameron e Carbono. Sofás com chaise acoplada devem permitir apoiar por completo as pernas esticadas sobre o assento.
Para uma postura correta
Testar o estofado ao vivo é a melhor maneira de verificar se a peça propicia o bem-estar postural. “Ao sentar, devemos sempre ficar com os pés apoiados no piso. Assentos muito profundos deixam os pés suspensos, pressionando as artérias femorais e bloqueando a irrigação sanguínea para as pernas. Já os estreitos nos fazem escorregar do estofado”, afirma o ergonomista Fabiano I. Soto, membro da Associação Brasileira de Ergonomia e sóciodiretor da Ergolife Soluções. Conseguir manter os braços em repouso sobre o corpo ou apoiados nas laterais do estofado é outra condição importante. “Braços erguidos sem sustentação, principalmente durante a leitura, resultam em lombalgia”, diz Fabiano. Se você gosta de se deitar no sofá, ele indica a posição de lado a fim de manter a coluna alinhada.
Por dentro de um bom sofá
Maciez, nesse caso, não é sinônimo de conforto. Para ser anatomicamente agradável, o estofado tem que estar no meio-termo entre macio e firme. “Os muito duros provocam dor na região lombar e os muito fofos fazem o usuário afundar, o que compromete a postura”, alerta o designer Fernando Jaeger. Os fabricantes costumam manter em segredo sua receita de enchimento para um móvel confortável. “Mas, de modo geral, primeiro vão as molas, que são cobertas por um tecido encorpado. Em seguida, vem um sanduíche de espuma e manta acrílica e, por último, o estofamento”, esclarece a tapeceira Mara Vanoni, da Picinini Decorações.
Tecidos têm que ser agradáveis
Optar por um tecido de toque gostoso é outro fator que soma conforto ao estofado. “Passe o punho ou a lateral do queixo e sinta a maciez da superfície. Esses pontos sensíveis do corpo lhe darão a resposta sobre a adequação do revestimento”, sugere o designer Marcus Ferreira. Veludo, linho, sarja peletizada, chenile e microfibra estão na lista dos mais agradáveis e resistentes, segundo o designer Fernando Jaeger. “Engana-se quem acha que o veludo esquenta”, diz ele. “São os revestimentos sintéticos que nos deixam com a sensação de estar grudado no estofado, pois não respiram.”
Nem grande nem pequeno demais
Além de atender a conceitos de ergonomia, o estofado precisa ter o tamanho compatível com o local em que será instalado ‑ afinal, é desejável que as áreas de circulação também sejam confortáveis. “Leve para a loja a planta baixa do ambiente com o layout de mobiliário”, indica a arquiteta Priscila Baliú. Lembre‑se, ainda, de verificar se a peça cabe no elevador do prédio e se passa na porta de entrada. No caso dos modelos com chaise, checar a adequação ao espaço é ainda mais crucial. “Eles podem atrapalhar o fluxo no ambiente. Para salas pequenas, aconselho os sofás convencionais”, diz Fernando Jaeger.