Tenho 1,35 m de altura e sou segurança de balada

Nasci com nanismo, ou seja, sou anão. Herdei essa condição da minha mãe, Maria, e nunca me envergonhei disso. Muito pelo contrário, com 1,35 m de altura me sinto tão capaz quanto qualquer cara grandão! Casei com a Patrícia, 30 centímetros mais alta do que eu, e escolhi ser segurança de eventos!

Na minha opinião, para defender as pessoas não importa o tamanho, mas a inteligência. Desde criança eu já protegia os meus amigos na escola. Imagine se agora, depois de burro velho, deixaria de ser saidinho?

É engraçado, porque eu não sofri resistência alguma para conseguir o meu primeiro emprego, há dez anos. Quem me contratou foi um grande amigo. Ele sabia que, além de ser valente, eu sei quebrar, só na ideia, até um troglodita.

Já tomou dura de anão?

Até hoje, percebo que ainda é um choque para os convidados esbarrar com um segurança anão numa balada. Tem gente que acha que é uma brincadeira ridícula dos anfitriões! Nem ligo. Quando começam os olhares para cima de mim já mando uma letra: ”Amigo, você já tomou uma dura de um anão? Vai encarar?”. As pessoas riem e vão pro salão!

Eu sei que imponho respeito na galera e em geral sou admirado. Tem dias em que até viro a estrela da festa. Muita gente pede para tirar foto comigo e me contrata para outras baladas. Meu salário é igual ou maior do que o de muito gorila por aí. Eu já ganhei num mês R$ 2 mil.

Eu sei bater, sim

Não suporto provocação. Fico irritado quando um engraçadinho dá peteleco na minha cabeça e grita: ”Pedala, Robinho!” Isso me mata de ódio. Faço cara feia e peço respeito. Muita gente deve achar que anão não cai na porrada. Ledo engano. Eu sei bater também. Pulo nas costas e soco a cara do sujeito na maior! Ninguém vai tirar onda comigo porque eu sou pequeno. Tamanho não é documento!

Da redação

Com que altura é considerado anão?
Nanismo é uma doença genética em que o esqueleto da pessoa cresce menos do que o habitual. É chamado de anão quem tem menos de 1,40 m de altura.