Jornalistas esportivas lançam campanha contra ataques machistas
E adivinha? Uma repórter sofreu ataques machistas dentro de um estádio no mesmo dia em que a campanha foi lançada.
Em pleno 2018 ainda é grande a dificuldade das mulheres que escolhem ser jornalistas esportivas. Alguns dias atrás, por exemplo, o caso da repórter Bruna Dealtry ganhou repercussão, pois um torcedor beijou sua boca durante uma transmissão ao vivo. O assédio aconteceu no estádio do Vasco, no Rio de Janeiro.
Infelizmente, Bruna não é uma exceção. O assédio sexual corre solto nos estádios de todo o Brasil e as jornalistas mulheres também são alvo de outro tipo de violência: há muitos homens (entre torcedores, jogadores, técnicos e colegas de trabalho) que não acreditam na competência delas, simplesmente por serem mulheres.
Frente a isso, 50 dessas profissionais se uniram em uma campanha intitulada Deixa Ela Trabalhar. Através de um vídeo lançado nas redes sociais, as jornalistas relembram agressões que sofreram durante coberturas esportivas e fazem um apelo para que simplesmente possam trabalhar em paz.
E, para a surpresa de ninguém, no mesmo dia em que a campanha foi lançada mais uma repórter foi vítima do machismo que assola os estádios brasileiros. Em Porto Alegre, Kelly Costa foi xingada por um torcedor, durante a partida São José x Brasil de Pelotas. O homem foi retirado do estádio por seguranças.
“Mesmo falando sobre isso, o assunto não se esgota. Já fui alvo de ofensas da torcida, sofri ato de machismo envolvendo técnico de futebol. A gente vê que se esse movimento envolvendo mais de 50 jornalistas é para mostrar nossa indignação. A gente não quer conviver com isso”, disse Kelly no programa Troca de Passes, do Sportv, após o episódio. Ela é uma das profissionais que lançou o manifesto.