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“Nunca imaginei estar onde estou”, diz narradora de futebol da Globo

Desde pequena, Renata Silveira ia aos estádios com seu pai. Antes de seguir definitivamente para o jornalismo esportivo, ela abriu uma escola de dança

Por Esmeralda Santos (colaboradora)
2 jan 2021, 10h00

“Nunca imaginei ser narradora e estar onde estou. Queria trabalhar com jornalismo esportivo, como apresentadora, mas nunca imaginei ser narradora. Acredito que pelo fato de nunca ter visto uma mulher exercendo esse papel. Agora, as meninas podem sim ouvir uma mulher narrando futebol”, conta Renata Silveira, 30 anos, que recentemente foi contratada pela Globo para integrar a equipe de esportes.

Ocupar espaços na televisão é um assunto que foi levantado entre as mulheres, e no esporte, essa discussão é mais efervescente. Com a chegada de Renata, a questão ficou ainda mais quente, já que ela se tornou a primeira mulher a comandar transmissões de futebol do canal.

A decisão histórica colocou Renata na crista do esporte, rompendo a barreira que existia para as mulheres. Sua história com o futebol é de longa data –  seu pai sempre levava Renata e sua irmã para os estádios e, logo, um laço afetivo com a modalidade surgiu.

“Estar no estádio era sempre uma coisa emocionante. Lembro que a primeira imagem era aquela do gramado, uma coisa gigante, que era sempre impactante”, recorda

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Formada em educação física e pós-graduada em jornalismo esportivo, ela não chegou como muitos narradores cobrindo pequenos campeonatos – foi diretamente para uma Copa do Mundo, algo ambicioso para um narrador sem experiências anteriores. “Essa responsabilidade tão grande veio por causa do concurso da Rádio Globo. Foi uma experiência muito legal, pois percebi que gostava de narrar e, ao mesmo tempo, que precisava aprender muito ainda”, explica. Renata Silveira

O concurso ao qual Renata se refere, é o “Garota da Voz“, promovido pela Rádio Globo em 2014, e foi uma espécie de reality show das narradoras, com o objetivo de revelar novas vozes talentosas para o futebol. Quem vencesse, iria narrar os jogos do Uruguai contra Costa Rica, e também do México contra a Croácia, pela Copa do Mundo.

E Renata foi a grande vencedora cravando seus pés no jornalismo esportivo, sem imaginar o que a esperava 6 anos depois. Depois da experiência, Renata se especializou na área, mas ainda não foi nessa época que seguiu carreira no jornalismo. Além do esporte, uma de suas paixões também é a dança, e entre os anos de 2015 e 2017 se movimentou na modalidade. “Abri uma academia de dança. Mas coloquei na cabeça que um dia conseguiria conciliar as duas carreiras”, recorda.

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Copa do Mundo e o espaço das mulheres no jornalismo esportivo

Renata conseguiu conciliar as duas carreiras como imaginava, quando foi selecionada pelo projeto “Narra Quem Sabe!“, para narrar a Copa do Mundo de 2018 pela Fox Sports.

A equipe selecionada não sabia exatamente se narraria um ou dois jogos, e no fim das contas acabou fazendo muitos. Renata lembra que sentiu o peso de uma Copa do Mundo quando foi escalada para os jogos do Brasil e também a grande final. “

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Após o anúncio de sua chegada na Globo, ela começou a tomar consciência da imagem que representava não só para transformação do futebol, mas para inspirar outras jovens mulheres que sonham com esse caminho. “Muitas meninas têm me procurado para dar parabéns. Servir de inspiração para elas é o mais legal da profissão, é o que faz valer a pena”, conta.

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O espaço das mulheres cobrindo, narrando ou comentando jogos ainda é pequeno, mas vem crescendo aos poucos. Na narração, surgiram eventos específicos e oportunidades isoladas, como conta Renata. Mas a sua atuação marca uma mudança que está acontecendo graças à movimentação das mulheres.

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“Primeiro como repórteres, depois como apresentadoras e comentaristas e, agora, como narradoras. São processos e espaços que vamos ocupando aos poucos, mostrando nossa capacidade, dedicação, habilidade. Mas ainda há muito a questão do machismo, da sociedade não aceitar, achar estranho”, conta. “Acredito que isso seja uma questão de tempo. As pessoas vão passar a aceitar e a saber conviver com o novo, assim como as emissoras e outros veículos passarão a dar mais oportunidades para as mulheres. 

O que falta para termos mais mulheres eleitas na política

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