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O importante aumento de cofundadoras de startups em programa do Google

Segundo pesquisa da Boston Consulting Group, startups lideradas por mulheres recebem menos da metade do investimento dos negócios comandados por homens

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jun 2021, 13h25 - Publicado em 14 Maio 2020, 19h55
 (Reprodução/Acervo pessoal)
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Não existe fórmula mágica para um negócio dar certo. Mas alguns fatores podem fazer toda a diferença no resultado – tanto para o lado positivo como para o negativo. No caso das startups, por exemplo, participar de um programa de aceleração é a oportunidade perfeita para construir um caminho longo e sólido. Em iniciativas de aceleração, os cofundadores do negócio recebem orientações para otimizar os resultados, se precaver de possíveis problemas e reparar falhas.

À frente da Creators, plataforma que conecta freelancers a empresas que buscam seus serviços, Nohoa Arcanjo faz parte do time de cofundadores selecionados para usufruir da expertise do programa de aceleração do Google for Startups, o Programa de Residência. Depois de mergulhar na área de marketing de grandes empresas por sete anos, a profissional, formada em Negócios da Moda e Marketing, embarcou ao lado do sócio e marido Rodrigo Allgayer, que teve a ideia inicial, na criação de uma startup. “Vivenciamos no mercado de trabalho as dores da informalidade nas contratações sob demanda. Foi aí que percebemos um gap e pensamos em oferecer um serviço seguro e confiável para ambos”, revela a profissional

Pela primeira vez, a edição deste ano atingiu um equilíbrio no número de startups aprovadas em relação ao gênero de seus donos. Fernanda Caloi, gerente do projeto, explica que a inserção de mulheres na iniciativa sempre foi uma preocupação. “Em anos anteriores, fizemos concessões em busca dessa representatividade feminina. Mas, neste ano, vimos como o nível estava mais alto, naturalmente mais competitivo e com mais mulheres inscritas em relação às outras edições”, comemora. Para ela, essa é uma resposta do ecossistema. “Uma grata surpresa e fruto de muito trabalho não só do Google mas também de outras empresas que fomentam os negócios liderados por mulheres”, aponta.

De acordo com um levantamento feito pelo Boston Consulting Group, o comando de startups ainda é majoritariamente masculino. De 350 negócios analisados, apenas 92 eram comandados por mulheres. A desigualdade também é vista no investimento recebido. Segundo a pesquisa, as startups com donos homens atingem em média 2,1 milhão de dólares de investimento, enquanto as lideradas por mulheres recebem menos da metade do valor deles, cerca de 935 mil dólares. Mesmo ganhando menos apoio financeiro, o resultado nas mãos delas ainda é superior, 10% maior dentro de cinco anos comparado ao faturamento dos cofundadores homens, de acordo com a pesquisa.

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Sobre os segmentos das startups participantes do programa, Fernanda considera que sempre houve uma diversidade. “No geral, as mulheres tendem a inovar e migrar para outras áreas, quando se sentem mais seguras nos setores que começaram. Nesta edição, por exemplo, temos startups voltadas para acesso à saúde, recursos humanos, questões mentais”, comenta. Além da Nohoa, da Creators, Cristiane Santos, da HRestart, Deborah Alves, da Cuidas, Ingrid Barth, da Linker, Tatiana Pimenta, da Vittude, são as outras cofundadoras que participam da iniciativa.

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Nohoa e Rodrigo no Google For Startups (Reprodução/Acervo pessoal)

“Temos um produto que já funciona há 3 anos e foi neste período em que pudemos validar que as dores que a Creators atende são reais. Agora será muito importante receber um suporte para que possamos estruturar o crescimento saudável da empresa, aumentar a tração e melhorar a parte tecnológica de nossa plataforma”, comenta Nohoa.

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Para chegar a esse time, o programa selecionou apenas startups que já tivessem produtos lançados e consequentemente com usuários na base de clientes. “Usuários e receitas são os itens mais avaliados na fase de seleção. Se o produto é gratuito, procuramos outros indicadores de tração do negócio, como parceiros, investidores, entre outros que mostrem que ele não funciona apenas por ser de graça”, comenta Caloi. Além disso, a inovação como o modelo de negócio é considerada e o problema que a startup busca resolver também é analisado.

Dentro do programa de aceleração, os empreendedores fazem o exercício de olhar criteriosamente seus negócios para, junto da equipe, identificar quais são os principais problemas. Nos seis meses, eles recebem conteúdos e mentorias focadas para solucionar esses entraves e aperfeiçoar pontos que não davam tanta atenção antes. É uma oportunidade incrível para abraçar de vez o sucesso.

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