Meu trabalho é assistir filme pornô

Meu trabalho não é dos mais comuns. Sou coordenadora da Playboy do Brasil, empresa responsável por seis canais pornôs de tevê por assinatura. Cuido de tudo que vai ao ar no Sexy Hot: das chamadas aos filmes. Eu e a equipe — na maioria mulheres — vemos cerca de 20 novos filmes por mês para selecionar a programação. 

Até trabalhar no canal, eu não assistia pornôs. Mas o sexo virou um assunto comum na minha vida. Uma tevê ao meu lado passa esses filmes o dia inteiro! Como preciso estar atenta à qualidade da programação, não posso me animar com uma cena picante. Mas às vezes comentamos situações dos filmes que nos inspiram. Somos humanas!

Dou dicas de sexo para os amigos

Estou solteira. Então, acabo dando dicas de sexo em conversas com amigos. Sempre tem um querendo saber algo. Normalmente, os rapazes pedem sugestões de filmes. Já as meninas querem esquentar a relação com os namorados. Aí, cito uma cena de filme pornô.

As pessoas perguntam também quais são os filmes campeões de audiência. Resposta: os de lesbianismo e de sexo grupal.

O fato de trabalhar com conteúdo erótico e ver tantos filmes não tira a minha libido, de jeito nenhum. Eu poderia enjoar, pois até em casa vejo o canal para monitorar a programação. Mas não enjoo! Acho que todo mundo deveria ver filmes pornôs, para acabar com esse tabu.

Mas é claro que a vida não é só sexo. Eu assisto novela, filmes e outras coisas comuns. Toco chocalho na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, onde sou ritmista… Ou seja, tenho uma vida normal.

Porém, tem gente que ainda confunde as coisas e acha que pode falar comigo com mais intimidade… A maioria das pessoas acha o meu trabalho legal. Meus amigos — os homens, principalmente — dizem que eu tenho o melhor emprego do mundo!