Giovanna Antonelli: “Eu era vulnerável. Montei uma personagem durona, mas gostei dela”
Na Casa Clã Finanças, a atriz e empresária falou sobre sua construção de carreira e a vontade de impulsionar mais mulheres

Além de atriz renomada, Giovanna Antonelli também é empresária. No percurso de sua carreira, ela também sentiu a necessidade de impulsionar o empreendedorismo feminino. Para isso, criou uma plataforma de mentoria entre mulheres e percorre o Brasil todo dando palestras sobre como tirar um sonho do papel.
Na Casa Clã Finanças 2025, seu maior conselho foi: “comece com o que você tem para depois melhorar.” Isso porque, se esperamos muito, não nos sentimos boas o suficiente para ser donas de um negócio. Durante a conversa, mediada por Helena Galante, diretora de CLAUDIA, ela também reforçou o papel das redes sociais como um acelerador de vendas.
Abaixo, confira o papo completo:
Qual foi a mistura de sonho, de motivação ou de planejamento que te levou ao seu primeiro empreendimento?
Desde muito jovem eu tinha uma meta de, aos 45 anos, ter uma independência financeira. Era um pensamento de quando eu tinha 15 anos e estava ferrada porque meu primeiro trabalho foi para pagar as contas de casa. Quando recebi meu salário, minha mãe falou: “parabéns, a conta de luz é sua”.
Com isso, você vai ganhando responsabilidade e vai dando valor ao seu dinheiro. Também foi me trazendo consciência de trabalho, até que comecei a sonhar. Hoje eu falo que é uma coisa que a gente faz intuitivamente, mas não existe uma profissão que a gente não tenha que empreender. Toda profissão é um grande empreendimento.
Desde pequena, você tinha esse sonho da independência. Qual é o papel do trabalho na sua vida?
Olha, é muito difícil equilibrar isso. Se eu parar para pensar na minha vida, nos últimos 10 anos estou trabalhando muito. E foi uma opção. Só que, ao mesmo tempo, isso estava no automático e eu não percebi – o trabalho foi me viciando, sou uma workaholic. Eu penso em trabalho o dia inteiro. Quando tenho uma ideia, anoto. É uma loucura. Quando me dei conta disso, comecei a mudar toda a minha vida.
Não quero mais isso para mim, sou mãe de três. Então, quero estar com os amigos, viajar, cuidar dos meus filhos, quero ser uma boa mulher dentro de casa. Quero organizar tudo porque sou controladora e organizadora. Foi aí que criei meus próprios negócios e hoje sou dona do meu tempo. A gente passa muito por cima da gente na nossa vida o tempo todo.

Como você lida com isso?
A gente endeusava muito quem fala que não dorme. A gente vai morrer, tá acabando o tempo – é uma ampulheta e ela já virou. Então não vamos romantizar essa vida estressante. A gente tem que se permitir ter o nosso tempo pra gente.
Quando a gente diz mais “não”, o nosso “sim” ganha muito mais força também. Mas você já teve síndrome da impostora?
Eu sou o que sou por causa de uma grande mentira que eu acreditei. Criei um personagem lá atrás para sobreviver: um personagem da autoconfiança, da corajosa, da que passa por cima de tudo e da que passa por todas as dobras sem sofrer. No fundo, eu era extremamente frágil. Eu pensei que precisava me vestir de uma roupa diferente porque senão seria engolida. Principalmente na minha profissão, quando eu comecei lá atrás, muito jovem.
As pessoas atacam pessoas vulneráveis, isso é fato. O que é difícil é atacar uma maluca. Tive que montar um personagem da durona, mas eu gostei dela.
Como a gente pode incluir essa conversa sobre dinheiro de uma forma mais natural para as gerações que estão vindo?
Eu comecei a trabalhar muito cedo, então sempre guardei meu dinheiro para pagar a conta de casa. Aí lembro que, antes dos 18 anos, comecei a trabalhar porque queria comprar meu carro. Eu tinha um pouquinho pra mim, um pouquinho para comprar o carro e um pouquinho para pagar a casa. Eu nunca fiz aula de educação financeira e isso tinha que ser matéria de escola. Agora, abriu na escola das minhas filhas um curso de três meses de educação financeira e eu já matriculei.
Já abri vários negócios que deram errado e eu culpo a minha gestão, por não saber fazer. Você não pode culpar alguém por alguma coisa não deu certo. Mas não desisti. Eu tenho pessoas, obviamente, que cuidam do meu dinheiro, mas nada sai da minha conta sem passar por mim.

E pensando na comunicação, esse lugar que você faz tão bem. Que dica você poderia dar para quem está começando?
Não importa o tamanho do seu perfil no digital para você vender. Às vezes, uma pessoa que tem 10 mil seguidores está vendendo mais do que eu com 20 milhões. Não quer dizer que o meu perfil gigante vai converter em venda, mas você pode, com um perfil menor, lapidar muito mais os seus seguidores. Quando me perguntam como começar, eu sempre falo: “começa com o que você tem”.
Vai em perfil de pessoas maiores, converse com pessoas, chama no direct… Hoje, rede social é uma ferramenta de trabalho e de potência. Escute sua audiência porque ela dá norte. Depois, você precisa ter um bom plano de negócio, é claro.
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