Giovana Pacini: conheça a CEO visionária que inspira mulheres
"Nunca fiz um trabalho pensando no outro. Faço o meu melhor onde estou"
Não há nada impossível para a empresária Giovana Pacini. Alcançar a profissão que desejava na infância, dobrar o faturamento da companhia durante a pandemia e balancear a vida profissional com a pessoal, enquanto é mãe: tudo é viável para a mulher que está à frente da Merz Aesthetics Brasil, uma divisão do grupo alemão Merz Pharma dedicado à estética.
Ela estava há três anos no cargo de diretora de marketing quando recebeu o convite para comandar a empresa.
Dois meses depois, precisou suspender as atividades por conta da pandemia da covid-19. Passados dois anos, Gioavana conseguiu o feito de dobrar o faturamento da companhia no Brasil, que é a terceira maior filial do mundo, e ainda manter a Merz como uma das melhores empresas para trabalhar no ranking do Great Place to Work no Brasil.
Mas a história de sua carreira começa quando ainda era muito pequena, graças a um sentimento bastante sincero: a admiração que sentia pelo pai.
“Na infância, ficava impressionada com a responsabilidade que ele tinha e com suas viagens à trabalho, por isso queria o mesmo quando crescesse”, conta em entrevista à CLAUDIA, na Casa Clã 2024.
Foi com essa ambição que abraçou um cargo de comércio exterior em uma farmacêutica. Depois, fez uma transição para o marketing.
Quando entrou na Merz, encontrou mais uma referência para admirar: seu chefe, então CEO da companhia. “Ele sempre me incentivou a acreditar no meu potencial e dizia que eu poderia assumir a presidência da empresa um dia”, contou. Ele estava certo, tanto é que, anos mais tarde, ela alcançou o posto.
Quem esbarra na autoconfiança de Giovana nem imagina que, ao receber esse comentário do chefe, a reação foi de susto. “No começo, ficava muito assustada, porque eu não acreditava na capacidade que ele atribuía a mim.”
Foi preciso tempo e devolver sua segurança interna para aceitar que a ideia poderia se apresentar na realidade. “Ele foi essencial para eu entender que era capaz de assumir esse cargo”, lembra.
Hoje, ela encara suas funções como um maestro. “Ele não toca nenhum instrumento, mas precisa se certificar de que os musicistas estão tocando corretamente e em harmonia. Preciso ter esse olhar 360° para garantir que as áreas trabalhem e, ao final do dia, todas tenham funcionado bem”, afirmou.
A transição do marketing para o comando da companhia foi bastante desafiadora. “Sempre trabalhei com marketing, então essa era a minha única perspectiva. Precisei mudar, porque existem outros setores tão importantes quanto, mas essa mudança não veio do dia para a noite.”
E não foi o único fator que a preocupou. Na verdade, ela sentiu os efeitos da autocobrança na pele.
“A gente é muito crítica com a gente. Precisamos ser a melhor no trabalho, a melhor com os filhos, a melhor em tudo. Isso é muito presente no sexo feminino. Tem o lado bom, porque vamos atrás e cada vez mais temos conquistado novos espaços, mas também é ruim porque não ficamos satisfeitas nunca”, refletiu.
Os objetivos para o futuro incluem assumir uma das filias que estão em primeiro e segundo lugar no mundo. “Mas eu nunca fiz um trabalho pensando no outro. Faço o meu melhor onde estou e a partir daí eu acredito que as oportunidades aparecem. Hoje, eu não peço por coisas, peço para que o melhor aconteça para mim.”
Mais um motivo para celebrar é a maternidade: “Sou muito feliz em ver minha filha e meu filho crescer e descobrir como eles estão se colocando no mundo, como se comportam e no que acreditam. Quero inspirar eles, além dos funcionários”. Ao que tudo indica, ela tem conseguido.