Fórum CLAUDIA 2019: Empresas precisam investir em diversidade real
Liliane Rocha, CEO da consultoria Gestão Kairós, e Maite Schneider, CEO da Transempregos, falaram sobre o tema
Liliane Rocha, CEO da consultoria Gestão Kairós, e Maite Schneider, CEO da Transempregos, discutiram sobre inclusão no ambiente corporativo durante o Fórum CLAUDIA 2019. O evento aconteceu nesta quarta-feira, 20 de março, no Teatro WTC, em São Paulo.
Na ocasião, as profissionais participaram do painel ‘Inclusão: O paradoxo entre o mundo real e o ideal’, mediado por Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora.
Liliane abriu o painel falando sobre sua trajetória profissional. Saída de uma situação de extrema pobreza, ela fundou a Gestão Kairós e trabalha com diversidade há 14 anos. Ana fontes ressaltou a importância de se posicionar no mundo atual. “Muitos dizem: para que falar sobre isso? O posicionamento é importante porque se não isso vai para debaixo do tapete”, defendeu.
Para ela, é essencial que as pessoas falem sobre diferentes pontos de vista visto que hoje muito se fala sobre meritocracia. “A meritocracia só é real quando todos partem do mesmo lugar.”
Maite Schneider também falou sobre sua trajetória. Transexual, de família branca e de classe média, ela não escapou do bullying quando estudava em colégio tradicional de Curitiba por suas características. “Se somos todos diferentes, porque temos tanto medo da diversidade?”, questionou.
Com todos os privilégios e após se formar em três faculdades, ela nunca conseguiu um emprego no mercado formal. “Transformei a dificuldade em empreendedorismo”.
Para as convidadas do Fórum CLAUDIA, é de extrema importância que as empresas pensem em diversidade, tema bastante discutido atualmente. Mas é preciso que haja um trabalho sério, bem estruturado e que capacite as pessoas a ocuparem todas as posições. “Não adianta contratar um PCD [Pessoa com Deficiência] e deixá-lo na mesma função por dez anos”, afirmou Liliane.
Ela lembrou que o recorte de contratação na grande maioria dos lugares é excludente. Começa pela exigência de ter cursado uma faculdade de ponta e passa pelo inglês. “Quando entrei em um emprego, percebi que não tinha referências necessárias para falar sobre assuntos cotidianos com meus colegas. Eu não conhecia o restaurante que eles frequentavam, por exemplo”.
Assim, é preciso trabalhar o fator humano. “Todos somos diversos. Se duas pessoas usam óculos, uma pode ter miopia e a outra, astigmatismo. E a inclusão começa quando há diálogo entre esses dois colegas”, disse Maite.
Na segunda edição do evento que mudou a história das discussões femininas, CLAUDIA reuniu algumas das mulheres mais poderosas da atualidade. Foram quase 30 mulheres presidentes de empresas e grandes líderes juntas num mesmo palco.
Confira as fotos do Fórum CLAUDIA 2019