O guia do cabelo oleoso: como tratar os fios
Especialistas ensinam a cuidar do cabelo oleoso no dia a dia e a disfarçar em situações de emergência.
Já é de conhecimento que a maioria das brasileiras afirma ter cabelos oleosos ou mistos (com raiz oleosa e pontas secas). Pior: muitas delas se sente insatisfeita e reclama disso. Embora possa mesmo ser incômoda, a oleosidade é algo natural e serve para manter a hidratação. “O sebo produzido forma o que chamamos de manto hidrolipídico, espécie de película impermeabilizante que dificulta a saída de água dos fios”, explica o dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo. A questão é que, no verão, a situação piora. “O clima quente aumenta a produção de sebo, assim como a exposição ao sol, a água do mar e da piscina”, diz o dermatologista Marcelo Bellini, de São Paulo. Com o suor, então, o aspecto gorduroso das mechas fica ainda mais aparente.
Causas e sinais
Fios finos, lisos e curtos costumam ser mais oleosos por natureza. Mas outros tipos de cabelo podem ter o problema, já que variações hormonais, na alimentação e até emocionais alteram a atividade das glândulas sebáceas. Assim, se de uma hora para outra o grau de oleosidade do seu cabelo aumentar sem razões aparentes, observe. “O stress, o excesso de hormônios masculinos e o déficit dos femininos têm ação direta no aumento da oleosidade do couro cabeludo”, especifica Marcelo Bellini. Há outros inimigos: alimentação rica em gorduras, baixa ingestão de líquidos, frutas e verduras, lavagens com água quente demais, uso abusivo de secador e de produtos condicionantes.
Cuidados que fazem a diferença
Na praia ou piscina Para retirar o excesso de sal ou cloro dos cabelos, tome uma ducha de água doce sempre que mergulhar. Assim, você evita o ressecamento e o consequente aumento da oleosidade – que ocorre para compensar a agressão. “Durante a exposição ao sol, use ainda um leave-in com FPS para impedir que os fios ressequem”, orienta o cabeleireiro Evandro Ângelo, do salão C. Kamura, em São Paulo. Anote os bons nutrientes que o produto deve conter: ceramidas, manteiga de karité ou lanolina.
No chuveiro
Não deixe o cabelo em contato com a água por mais de três minutos seguidos ou retirará demais a oleosidade. A atitude fará bem não apenas a você como ao meio ambiente. Use o xampu certo. Os de pH próximo ao do couro cabeludo (em torno de 5) mantêm o equilíbrio e diminuem a agressão aos fios. Em casos severos, o mais indicado é buscar versões específicas para cabelo oleoso, com ácido salicílico, piritionato de zinco ou óleo de melaleuca. Quem tem fios mistos também precisa investir em produtos para esse tipo de cabelo, prevenindo o efeito rebote, que aumenta a oleosidade na raiz. Mais uma dica para ambos:
“O cabelo pode ser lavado todos os dias desde que a limpeza seja bem-feita”, diz Evandro. Isso significa aplicar o xampu uma única vez, massageando o couro cabeludo, enxaguar bem e aplicar condicionador só nas pontas – evite a todo custo o contato com a raiz.
Na hora de secar
Use apenas o jato morno, mas seque bem as mechas. “Os fungos, que podem levar ao aumento do sebo, gostam de ambientes úmidos”, diz Bedin. Se deixar os fios molhados por muito tempo, o organismo entenderá que precisa de proteção, ou seja, mais óleo.
Em emergências
Apele para o xampu a seco, que absorve a oleosidade do couro cabeludo. “É boa pedida para quem quer resultado imediato. Mas não trata o problema, apenas disfarça”, lembra Evandro. Espirre na raiz a cerca de 20 centímetros de distância.
Atenção sempre
Há alguns medicamentos e suplementos (zinco, espironolactona, isotretinoína e anticoncepcionais) que reduzem a atividade das glândulas sebáceas, mas só devem ser usados se prescritos por um médico.