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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

Oscar ou Emmy? Em tempos digitais, qual tem mais prestígio?

Se um filme estreia, quase simultaneamente, tanto no streaming como nas salas de projeção, é TV ou cinema?

Por Ana Claudia Paixão
17 set 2021, 11h00
A atriz Claire Foy, de The Crown, no 70º Emmy Awards
A atriz Claire Foy, de The Crown, no 70º Emmy Awards (| Foto: David Crotty/Getty Images)
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É fim de semana de Emmy – que acontece no dia 19 – e, daqui a pouco, piscaremos e estaremos falando de Oscar. Por isso, me pergunto cada vez com maior frequência se os dois prêmios de maior prestígio do mercado americano serão afetados pela maneira de consumo atual.

Afinal, se um filme estreia, quase simultaneamente, tanto no streaming como nas salas de projeção, é TV ou cinema? Em outras palavras: é Oscar ou Emmy?

Assim como na premiação da Academia, o Emmy tem muita influência de marketing e de popularidade, com um sistema de votos bem semelhante. Uma das grandes diferenças até hoje foi a diferenciar justamente os filmes. No Emmy, só são considerados a produções feitas “direto para TV” e, no Oscar, não há prêmios para os que não sejam exclusivamente feitos para o cinema e estreado nas salas ANTES de ir para vídeo, TV ou streaming. Com os lançamentos simultâneos tendendo a virar regra, o campo ficará mais cinzento. Entende porque o Emmy ganhar relevância?

E é um prêmio delicioso porque inclusive tem mais categorias, consequentemente, tem mais vencedores. A briga de 2021 será interessante. É que, se no Oscar a cada ano tem um favorito, no Emmy esse domínio pode durar anos. Eu chamo de “ondas dominantes”. A atual, está sendo surfada por The Crown. Ted Lasso vai entrar nela também. Houve a época em que Frasier, da Paramount Plus, ganhava em todas as categorias de comédia por anos seguidos (mantém o recorde ainda). Veep, da HBO Max, também ocupou esse lugar até recentemente, com Julia Louis Dreyfus praticamente como hors-concours. Os Sopranos foi outra série que ganhou direto. Game of Thrones também passou anos sem dar chance para os outros. Falo isso porque, assim como o Oscar, no Emmy há previsibilidade e favoritismo.

Se você teve a oportunidade de ler minha coluna aqui em CLAUDIA, vai estar por dentro de boa parte dos indicados e possíveis vencedores desse ano. Ainda estou devendo falar de The Flight Attendant, da HBO Max, com indicações nas categorias de Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Série Comédia. É um conteúdo interessantíssimo, super Hitchockiano e cheio de reviravoltas. Se puder, vale conferir. Mas a única que tem alguma chance de vencer é a veterana Rosie Perez, isso porque está com concorrência “menor” (quando astros da mesma série são indicados na mesma categoria, meio que “anulam” as chances um do outro) e há tempos merece o reconhecimento de seus colegas.

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Aliás, em 2021 as indicações estão de fato curiosas. No prêmio do sindicato, o SAG Awards, o elenco é indicado como grupo, mesmo que tenha indicação para principais e coadjuvantes. No Oscar e no Emmy o mesmo não acontece. A série ou filme ganham e o prêmio é do produtor. Por essa razão, é de certa forma “inovador” que tanto a Netflix quanto a Apple TV Plus tenham submetido – e emplacado – indicações para todo o elenco nas categorias que poderiam entrar. Jason Sudeikis está indicado a Melhor Ator por Ted Lasso, mas literalmente o elenco completo está indicado nas categorias de coadjuvantes.

Em The Crown, subiram Emma Corrin para a categoria de Melhor Atriz, ao lado de Olivia Colman, e Josh O’Connor está como Melhor Ator, mas todo o resto está como coadjuvante: Emerald Fennell, Helena Boham-Carter, Gillian Anderson, Charles Dance e Tobias Menzies. Claire Foy, que já venceu como atriz no ano de estreia da série, venceu novamente na categoria de Atriz Convidada. Nenhuma dúvida de que é a Rainha do Emmy e de The Crown!

Na briga dos streamings, a noite do dia 19 deve ser equilibrada entre as plataformas. Netflix e HBO Max mantém a liderança, mas o fenômeno do momento, Ted Lasso, deve trazer prêmios para Apple TV Plus. A atriz favorita entre as minisséries é Kate Winslet, por Mare of Easttown, mas Anya Taylor-Joy vem colecionando todos os prêmios nessa categoria por The Queen’s Gambit, nessa partida a Netflix pode dar cheque-mate.

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A noite do Emmy será a coroação de The Crown, não há o que duvidar. (Eu aposto em uma aparição surpresa de um casal real que se mudou para a Califórnia…) E eu espero, de todo coração que WandaVision tenha também seu reconhecimento nesse Emmy. Foi uma das séries mais inteligentes do ano, merece ser premiada. Vou estar acompanhando a cerimônia no Twitter (@anaclaudiapaix4) e no Instagram (anaclaudia.paixao21), vou adorar ouvir seus palpites também!

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