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Terapias do silêncio: 4 tratamentos para acalmar a mente

Hoje, é difícil imaginar passar alguns momentos em total quietude. Porém, o relaxamento dos sentidos pode ter efeito terapêutico no controle do estresse

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 11h10 - Publicado em 3 dez 2019, 23h34

Esqueça aquela imagem clássica dos monges lacônicos. Atualmente, a procura pelo estado contemplativo tem mais a ver com o profano mesmo. Vivemos em uma era de hipercomunicação – nunca se falou, leu e assistiu em tantas plataformas diferentes.

A grande quantidade de estímulos muda a noção do tempo e nos atinge fundo em forma de cansaço mental. Não à toa, nos últimos anos, os relatórios de tendências especializados em bem-estar apontam para a mesma direção e retomam o básico: a necessidade da pausa e, sobretudo, do silêncio.

A contemporaneidade do assunto ainda é tema de estudo. Um dos mais recentes é da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Em 2013, pesquisadores fizeram um experimento com camundongos e identificaram que bastam duas horas de silêncio por dia para incitar o desenvolvimento celular no hipocampo, região do cérebro responsável pela memória e aprendizagem.

Não foi o barulho, mas a ausência dele que criou novas células cerebrais. A comunidade científica se animou. Caso uma ligação entre silêncio e geração de neurônios puder ser estabelecida também em humanos, ele poderia virar prescrição médica para condições degenerativas e até psicológicas.

Enquanto se espera por isso, a recomendação é baseada nos efeitos empíricos de manejo do estresse. Afinal, as consequências nocivas não são novidade. “Dá para listar a fadiga, o desânimo, a queda da libido, as alterações nos hábitos intestinais e até problemas de pele”, afirma a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil).

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Encontrar caminhos no dia a dia é fundamental para evitar que a sensação de nervos à flor da pele entre em estado crônico. “O silêncio não é apenas sonoro; é também a abstenção de estímulos. E isso, vale lembrar, pode ser desconfortável e até angustiante. Nem todo mundo está preparado para ouvir os próprios pensamentos”, explica Ana Maria.

O segredo está no treino e na consistência. Em um mundo ideal, nem é necessário que você esteja em lugares específicos para conseguir aliviar a tensão. “O básico é treinar a respiração. Três minutos inspirando e expirando têm efeito reparador”, afirma a nutróloga Esthela Conde, especialista em medicina preventiva, de São Paulo.

Mas nem sempre é fácil. Que tal um empurrãozinho? A equipe de CLAUDIA experimentou quatro técnicas focadas em relaxamento que têm como base o silêncio dos sentidos. Nós compartilhamos as impressões a seguir.

Retiro de concentração

“Cheguei ao Centro de Meditação Kadampa Mahabodhi curiosa sobre o que me aguardava. A promessa era de um retiro urbano para aumentar o poder de concentração. Ao entrar, fui guiada por uma voluntária, que me orientou a tirar os sapatos e me acomodar em uma cadeira.

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As placas na porta pediam silêncio. A dinâmica era de sala de aula, com um professor à frente, que falava ao microfone. Com o auxílio de um livro, ele explicou o conceito de meditação para a religião budista, que consiste em ‘se concentrar em algo virtuoso’. Em seguida, apresentou técnicas para não se deixar ser interrompido por pensamentos – o segredo, segundo ele, é deixar que eles passem, feito um rio.

O segundo ato da atividade foi uma meditação coletiva. Para mim, a parte mais bacana. Fiquei muito mais concentrada na atividade em grupo do que quando estou sozinha em casa. Entrei num estado de relaxamento profundo, mas sem sono ou torpor.

Ao final de quase meia hora, a sensação era de ter corrido vários quilômetros – um misto de satisfação e bem-estar. Não indico para quem tem resistência a conhecer outras culturas ou religiões. Apesar de não ser budista, me considero mente aberta e topo experiências diferentes. Achei muito interessante.”*

Shiatsu na água

“Minha última experiência com o shiatsu havia sido um pouco traumática. Saí dolorida e assim permaneci por dias – culpa do excesso de tensão? Talvez. Fato é que cheguei receosa para testar a versão aquática do protocolo.

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A ideia da piscina aquecida e do silêncio é reproduzir o ambiente do útero materno (será?) e induzir o corpo ao estado meditativo. Demorei alguns minutos para relaxar e perder o receio diante da vivência inédita. Aos poucos, fui me soltando.

A palavra de ordem era que eu me movimentasse o mínimo possível. No meio do processo já estava totalmente relaxada. A ausência de estímulos de todo tipo, exceto o toque, me fez ficar concentrada no momento presente e em cada parte do meu corpo. Foi transformador me submeter a algo de tamanha vulnerabilidade. Segui para a redação completamente descansada e sem qualquer dor. Farei mais vezes!”*

*Isabella Marinelli, editora de beleza, experimentou o retiro de concentração (55 reais pelas atividades do período da tarde), no Centro de Meditação Kadampa Mahabodhi, e o watsu (250 reais), na Clínica Integrada Simmm, ambos em São Paulo

Sono reparador

“A primeira dica: não vá pensando só em dormir. Fui muito focada nisso e acho que perdi de curtir os primeiros dez, 15 minutos do procedimento. Depois que encarei a experiência como ‘uma pausa para relaxar’, tudo fluiu.

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No início, a massoterapeuta me passou exercícios de respiração e fez um escalda-pés com uma mistura especial de óleos essenciais da Provence. A ideia é desligar a mente e recuperar o corpo do cansaço acumulado.

Assim, o astral da sala, à meia-luz, e o perfume do lugar começaram a me fazer relaxar. A massagem não chega a ser muito diferente das mais usuais, mas é como se juntasse em um combo só várias técnicas: massagem facial, no couro cabeludo, toque nas pernas que estimula a circulação… O restante, confesso, não lembro bem porque, sim, dormi muito!

Acordei no final do procedimento, quando recebia uma massagem um pouco mais forte nas costas, para tirar pontos de tensão. Como bônus, passei o dia bem relaxada e tive uma noite de sono tranquila, fruto de corpo e mente menos estressados.”*

*Bárbara dos Anjos Lima, editora de comportamento, testou a terapia do sono reparador (422 reais), do Spa L’Occitane, em São Paulo

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Cápsula de flutuação

“Ao chegar para a experiência, me deparei com uma sala à meia-luz com chuveiro, toalhas e uma grande cápsula branca no maior estilo futurista. Dentro dela, havia água a 35ºC com sal. Segundo o protocolo, além de promover a flutuação, o magnésio nele contido diminui a tensão muscular e melhora a circulação sanguínea.

Vestindo um biquíni, entrei no tanque e me deitei para boiar. Fechei a tampa e os olhos. Passei os primeiros dez minutos com a cromoterapia ativada e depois segui para a total privação sensorial por 45 minutos.

Quando veio o escuro, a música também pausou e foi silêncio total. Naquele momento, tudo o que ouvia eram meus pensamentos. Parece loucura, mas, por alguns segundos, cheguei a me esquecer de onde estava! Acredito que até dormi por alguns minutos.

A luz, então, voltou a acender sinalizando que a sessão estava chegando ao fim. Ao sair da cápsula, segui para o banho. Recomendo lavar os cabelos, porque tudo fica coberto de sal. Achei maravilhoso. É, de fato, terapêutico.”*

*Letícia Paiva, editora de comportamento, testou a flutuação indoor (110 reais a sessão), no Flutuar Float Center, em São Paulo

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