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O clean beauty inovador de Patrícia Lima, CEO da Simple Organic

A empresária conversou com CLAUDIA sobre inovação, sustentabilidade e maternidade

Por Raíssa Basílio
5 Maio 2023, 10h15

Muito se fala sobre o crescimento de clean beauty (a tal da beleza limpa) e a mente pioneira neste segmento no Brasil é Patrícia Lima, a fundadora da Simple Organic. Produtos orgânicos, veganos, naturais, não testados em animais e sem distinção de gênero são os grandes diferenciais da marca, que nasceu à frente de seu tempo. A beleza limpa é apontada como o futuro da skincare e maquiagem, atrelada à sustentabilidade e ingredientes naturais, temos um mercado que se mostra mais preocupado com a saúde do consumidor.

Patrícia Lima é empresária, publicitária, jornalista e antenada, como grande parte das mulheres. Ela criou sua marca ao notar que tinha espaço no mercado brasileiro e era algo que faltava por aqui – e esse conceito era conhecido lá fora. Patrícia vem com toda uma bagagem de conhecimento de beleza e moda, ela tinha sua própria revista, a Catarina. Um veículo independente, sem gênero e voltado para o público LGBQTI+, a Simple Organic veio com esses mesmos ideais.

Patricia Lima mudou de carreira quando fundou a Simple Organic.
Patricia Lima mudou de carreira quando fundou a Simple Organic. (Simple Organic/Divulgação)

Hoje em dia, o movimento de clean beauty é mais presente em marcas novas e também nas já consolidadas, muito por conta da pressão do mercado e da procura. Entrevistamos Patrícia Lima, em um papo sobre empreendedorismo, maternidade, beleza e sustentabilidade. Confira abaixo:

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O que você sentia falta no mercado quando decidiu criar sua marca de beleza?

“O que eu via que o mercado de beleza eram produtos com aquela cara ‘natureba’ e eu como publicitária gosto de embalagem, conceito e posicionamento. Eu venho do mercado de moda, fiz MBA nisso e sempre trabalhei com moda. Quando veio essa minha transição de carreira e eu me tornei mãe, pensei : ‘não quero mais trabalhar com a moda que não traz sustentabilidade para mim’. Fui pesquisar e entender o que eu sabia fazer. Moda e beleza andam juntas, né?! Neste contexto, descobri que existia beleza natural e olhei para o mercado brasileiro, notei que só tinham aquelas marcas muito pequenas e nichadas. Passou um tempo, eu fui fazer uma viagem para Los Angeles, na Califórnia. Chegando lá, fui em uma feira, a Indie Beauty, que era referência da beleza natural no mundo, mas não existe mais. Todas aquelas marcas pequenas, lindas, contemporâneas e minimalistas, eu fiquei igual uma criança. Então eu decidi que ia fazer uma marca que fosse sustentável e limpa aqui. Eu mergulhei no universo da sustentabilidade. Eu fui para o mundo orgânico para entender tudo que tinha de matéria-prima, conceito, depois fui em busca das certificadoras. E não tem como você falar de sustentabilidade e matéria-prima orgânica sem cair no veganismo. Uma coisa foi se conectando com a outra e nasceu assim. Foi um processo de dois anos”.

Como foi conciliar o início da marca com o início da maternidade?

“Ser mãe e empreendedora, trocar a carreira, foi muito difícil, eu até hoje falo que liguei no automático. Eu tive que dar um jeito de e, assim, eu não tinha babá, eu contei muito com uma equipe de apoio de família, mas sempre foi muito difícil. Isso tem 10 anos e a criança exige a minha presença, parece que cada vez que ela cresce, exige ainda mais. Conforme ela foi crescendo, a Simple é a segunda casa dela, o sonho dela é trabalhar com as meninas. É uma nova geração, essa geração alfa e nem sou eu que estou estimulando, elas são assim, né? Elas nascem prontas.”

E a sua ideia sempre foi criar maquiagem e skincare?

“Eu nasci com as duas linhas: make e skincare, com o mesmo peso.”

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A marca também já nasceu sem gênero?

“O gênero foi uma das coisas que tive maior dificuldade. Lá no início, as pessoas falavam que o pH da pele homem é diferente da mulher. Cada ser humano é diferente. A Simple foi a primeira marca a falar que não tem gênero, nascemos com muitas bandeiras e carregamos até hoje. E quanto mais você entrega, mais é cobrado.”

A marca tem produtos orgânicos, veganos, naturais, não testados em animais e sem distinção de gênero.
A marca tem produtos orgânicos, veganos, naturais, não testados em animais e sem distinção de gênero. (Simple Organic/Divulgação)

Ainda hoje ouvimos que produtos naturais não entregam durabilidade e seus produtos foram lançados em um SPFW, em 2017.

“Cada vez que você vai para a passarela você leva o Clean Beauty para outro nível. Você consolida, sabe? É a prova de fogo, você tem muitos tons de pele, muitos maquiadores e você tem que entregar um produto de qualidade. A passarela sempre foi esse momento de celebração, de, olha, a gente chegou e veio para ficar.”

O que é inovação para você?

“No meu mercado de beleza, inovação é trazer para o Brasil o que ele não tem. Eu sempre falo que o CB2 representa muito a Simple. No mercado nacional não pode usar nada que vem do canabidiol, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] não aprova. Só que isso é um hype nos Estados Unidos e Europa. A gente fez um desenvolvimento de dois anos com nossos fornecedores de matéria-prima, eles fizeram um blend de óleos da Amazônia que atinge o sistema endocanabinóide do corpo da mesma maneira que o CDB é ativo e ele é extraído por comunidades quilombolas de forma sustentável. Então isso para mim é inovação. É falar: eu vou conseguir uma regra que o sistema regulatório no Brasil aceite e eu vou desenvolver uma matéria-prima semelhante que entrega o mesmo propósito e de forma sustentável.”

E falando de sustentabilidade, que tem um valor ativo nos produtos desenvolvidos pela sua marca, isso abre espaço para os sintéticos seguros, em prol da preservação do meio-ambiente. 

“Se todo o mercado virar clean beauty, a gente tira muito da natureza e aí a gente tem um novo conceito. Por exemplo, você pega uma cepa da natureza, que você leva para o laboratório e passa a produzir lá, de forma segura. A linha Simple Sun tem todo um cálculo e métrica de sintético seguro com volume muito pequeno na fórmula sem afetar os corais, dando resultado de skincare e tudo mais. Estamos em um momento que o sintético não é o vilão, só que ainda tratamos assim por conta do greenwashing do mercado. A gente tem ainda que esclarecer o conceito de sintético seguro, que ainda não é bem esclarecido no Brasil, no Estados Unidos já é consolidado. Começando outro ciclo de processo educativo, que ainda vai inserir com um lançamento futuro. Não tem como continuar tirando da natureza. Se todo o mercado de beleza virar clean beauty, vamos acabar com a Amazônia.”

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Você busca a inovação na sua empresa e no comando dela. Pensando nisso, o que é uma boa liderança na sua concepção?

“Liderança não tem um conceito fechado, porque você vai liderar cada pessoa e cada time de uma forma diferente. O que eu falo dentro da Simple todos os dias é que sou essa pessoa que mais erra. A liderança é a que mais erra, você é quem está tomando as decisões e você tem que isso assumir todos os dias. É baixar a cabeça e ter humildade. Essa questão de lideranças, de trazer as pessoas para perto, é muito desafiadora. E quando você pega uma empresa com um propósito e que as pessoas vêm trabalhar por isso, o desafio é você liderar, conseguir manter essa liderança e continuar inspirando.”

A beleza está presente em um batom ou em uma máscara de argila, engloba pequenas coisas e nem sempre associadas à maquiagem. Qual o poder da beleza para você?

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“Eu acredito que a poder da beleza está na diferença e na individualidade, nós estamos em um momento onde a diferença é a beleza da pessoa. Nós fazemos um trabalho muito grande com influenciadores, com maquiadores, com uma comunidade e a Simple tem isso muito claro, a beleza pode estar ali no skincare, na máscara de argila, em uma limpeza que você pode fazer no banho. A beleza não está apenas no corretivo, no cabelo montado, a beleza é muito além disso.“

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