Haircrush, a plataforma que transformou os cabelos crespos no Reino Unido
A falta de representatividade levou Antoinette Ale, a fundar em 2018 o perfil, para compartilhar cuidados com os cabelos crespos
No Reino Unido, existe uma discussão fervente sobre as mulheres negras e seus cabelos crespos. Por isso, a escritora e acadêmica Emma Dabiri criou uma petição para alterar a Lei de Igualdade do Reino Unido, para incluir os cabelos afros, na intenção de impedir a discriminação nas escolas contra as crianças de cabelos crespos.
Apesar dos avanços nas conversas sobre o cabelo, a indústria da beleza ainda não se adaptou totalmente às demandas de produtos ou ferramentas de cuidados com esse tipo de fio. No Reino Unido, de 36.000 salões de beleza, os especializados nos cabelos crespos representam apenas 1% – ou seja, as mulheres negras, além de enfrentar a falta de produtos, têm menos acesso a especialistas na hora de cuidar de seus cabelos.
Essa falta de representatividade levou Antoinette Ale, 26 anos, a fundar em 2018 o Haircrush, um perfil online para compartilhar cuidados com os cabelos crespos e cacheados, além de divulgar produtos e marcas. Ale trabalhava no salão de beleza de sua tia e, quando chegou à universidade em Leicester em 2015, era muito procurada por mulheres de cabelos crespos, dada a falta dos salões de beleza para elas.
Ale percebeu que as mulheres sempre voltavam a procurá-la. “Senti que não havia nada lá fora que ajudasse as mulheres e as capacitasse a fazer escolhas saudáveis, de forma informativa”, disse ela, em entrevista à ELLE.
O sucesso da sua iniciativa não demorou a chegar. Nos dois anos de lançamento, fez parceria com cabeleireiros renomados, empresários, influenciadores e marcas. Durante o isolamento social no Reino Unido, Ale fez lives no Instagram, uma alternativa para os eventos que aconteceriam presencialmente. A plataforma incentiva mulheres a cuidar melhor de seus cabelos, apresentando outras soluções e opções de cuidados.