Dia do Batom: conheça a história do batom vermelho
De queridinho de homens e mulheres, passando pela proibição na Idade Média e símbolo de sensualidade nos anos 1950, o produto segue em alta
Poucos produtos são tão icônicos e marcantes como o batom vermelho – e, pudera: um dos mais antigos cosméticos de que temos notícias, ele já foi de tendência adorada até mesmo pelos homens, a sinônimo de pecado e perversão. No Dia do Batom, a gente te conta um pouco da história deste que é um clássico indispensável no nécessaire.
O surgimento
Não há registros precisos sobre a origem do batom vermelho. Alguns historiadores acreditam que ele surgiu com os antigos sumérios – primeira civilização a ocupar a região sul da Mesopotâmia, em 3500 A.C – enquanto outros defendem que deve ser atribuído aos egípcios, que tinham o costume de deixar os lábios avermelhados com uma mistura de ocre vermelho, carmin, cera ou gordura. Isso, aliás, não era exclusividade de um gênero: tanto homens quanto mulheres utilizavam o recurso.
De qualquer maneira, sabe-se que o hábito virou comum na Antiguidade. Algumas culturas obtinham a pigmentação através da mistura de elementos tóxicos, enquanto, no Japão, ela era feita com pétalas de açafrão e bastante popular entre as gueixas.
Ele já foi sinônimo de pecado
Se na Antiguidade o batom vermelho era visto por homens e mulheres como uma alternativa para se tornar mais atrativo, na Idade Média a coisa mudou de figura: entre os anos 1830 e 1900, quando a rainha Victoria, da Inglaterra, decretou o fim do uso de maquiagem entre as aristocratas “de bem”, ele foi deixado de lado. A Igreja também condenou pintar-se de vermelho, transformando o hábito em sinônimo de pecado.
Legisladores britânicos chegaram a aprovar uma lei que dizia que “as mulheres que eram culpadas de seduzir os homens para o matrimônio por meio de cosméticos poderiam ser julgadas por bruxaria”. O casamento também poderia ser anulado caso a mulher utilizasse alguma cor nos lábios durante a relação do casal.
Na década de 1860, no entanto, o batom ressurge das cinzas e volta a ser utilizado, mesmo que timidamente. A marca parisiense Guerlain teve seu primeiro batom amplamente consumido na década de 1880, feito a partir de toranja misturada com manteiga e cera.
Século XX: o batom como conhecemos hoje
Foi em 1915 que o inventor norte-americano Maurice Levy apresentou o primeiro batom em tubo de metal deslizante, muito parecido com o que usamos hoje. Mas nem tudo era moderno: a receita ainda incluía insetos esmagados e se tornava rançosa após horas de uso.
A popularização vinda do cinema
As décadas de 1920 e 1930 marcaram o “boom” do batom vermelho por conta da popularidade da cor nos filmes. Nesta época, a atriz Clara Bow, considerada a primeira “it-girl” da história, cria a boquinha de coração com um batom no pigmento vermelho profundo para dar ênfase aos lábios nos filmes em preto e branco. Em 1933, uma revista feminina chegou a afirmar que o batom vermelho era o cosmético mais importante para as mulheres.
Da guerra ao sex appeal
Durante a Segunda Guerra Mundial, publicitários trabalharam ativamente em campanhas que estimulavam as mulheres a manterem o batom vermelho na rotina. Algumas marcas criaram até mesmo cores especiais para essa finalidade, como o “Vermelho da Vitória”. Mas foi em 1950, graças à Marilyn Monroe, que ele se estabeleceu como símbolo de sensualidade e desejo. Aqui, o produto já era visto como sinônimo de rebeldia e atitude. Já nas duas décadas seguintes, ele perderia popularidade com o avanço do movimento hippie.
O status de clássico marcante
Nas décadas de 1980 e 1990, o batom vermelho já está estabelecido e passa a compor maquiagens mais dramáticas, com boca e olhos bem marcantes. Hoje em dia, ele é considerado um clássico: vai do casual ao formal, e segue quase que obrigatório no nécessaire de quem adora um bom make.