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Afinal, sexo oral causa câncer de garganta? Educadora sexual responde

De forma equivocada, muitos veículos vêm noticiando que a prática do sexo oral provoca câncer

Por Kalel Adolfo
2 jun 2023, 10h03
É mito que sexo oral provoque câncer de garganta.
Educadora sexual revela se o sexo oral realmente potencializa os riscos de câncer de garganta.  (Jennifer Kosig (Getty)/Reprodução)
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Será que o sexo oral aumenta as chances de termos câncer de garganta? Essa é uma dúvida que, nas últimas semanas, vem dominando as conversas sobre amor e sexo. Mas, de forma direta, essa afirmação é um tanto quanto equivocada. Vamos entender melhor esse assunto?

É mito que sexo oral cause câncer

“Esse mito foi disseminado de forma bastante sensacionalista pela mídia, pois o sexo oral em si não causa câncer. O que pode vir a provocar a doença é a contaminação por HPV”, esclarece a educadora sexual Claris Leal.

A HPV, que é uma IST (Infecção sexualmente transmissível) pode ser transmitida tanto durante o sexo oral quanto em outros tipos de contato íntimo. E sim: é o vírus que aumenta as chances de contrairmos câncer, não o sexo oral.

“Por isso é tão importante usar a proteção, inclusive no sexo oral. Caso a prática seja feita em uma mulher, dá para cortar a camisinha no meio e recobrir toda a vulva antes do ato”, recomenda a especialista.

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Vacina de HPV é essencial

Contudo, ela faz uma ressalva: a camisinha não recobre todas as estruturas do órgão genital, apesar de dificultar bastante a contaminação. Sendo assim, a forma mais eficaz de se proteger é através da vacina: “O SUS [Sistema Único de Saúde] a oferece para alguns grupos, como crianças de 9 a 14 anos e imunossuprimidos”, esclarece.

Caso não se enquadre nesses perfis, é possível tomar a vacina na rede particular: “Apesar de ser cara, ela protege contra os principais tipos de HPV que causam câncer”, revela.

Quem tem HPV sempre desenvolve câncer de garganta?

Segundo Claris Leal, não funciona dessa forma: “Tudo depende da época que você descobriu e do tipo do vírus. Alguns podem se transformar em câncer de útero, por exemplo. Portanto, a garganta não é a única prejudicada. Não podemos cair nessa história de ‘fez oral, pegou câncer’”, alerta.

Por fim, a educadora sexual garante que as melhores formas de evitar tanto a contaminação por HPV quanto os agravamentos da infecção é usar camisinha no sexo oral, estar com os exames em dia e, se possível, tomar a vacina: “Isso garante que tenhamos uma melhor imunidade para nos proteger contra essa IST, diminuindo as possibilidades de câncer e outras consequências do vírus.”

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