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Fases do relacionamento: quais são e como lidar com cada uma delas

Da intensidade da paixão à calmaria do amor, a vida compartilhada vem para reforçar o que todos já sabemos: a mudança faz parte do sentir e existir

Por Kalel Adolfo
10 mar 2023, 09h31 •
Por medo de se aprofundar, muitos pulam de relacionamento em relacionamento para vivenciar constantemente o "love high".
Por medo de se aprofundar, muitos pulam de relacionamento em relacionamento para vivenciar constantemente o "love high".  (Getty Images/Reprodução)
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  • Iniciar um relacionamento é como se aventurar numa montanha russa: antes de embarcar, sentimos aquele frio na barriga por não saber o que nos aguarda. O carrinho sobe os trilhos, e, ali na primeira queda, temos uma descarga de adrenalina tão intensa quanto aquela que sentimos ao nos apaixonarmos. É uma experiência quase transcendente (para quem gosta de viver altas emoções, claro).

    Com o passar do tempo, vamos nos habituando à jornada, até que aquela etapa da curtição chega ao seu inevitável fim (mas, ainda temos o parque de diversões inteiro para explorar). parque de diversões inteiro para explorar). Nos vínculos amorosos, a história é bem parecida. Há um clímax de sentimentos e expectativas, até que chega a hora de desafivelar os cintos, acalmar o coração e explorar outras possibilidades.

    Isso se chama transição da paixão para o amor. “A primeira é a fase mais intensa, pois envolve sensações de empolgação e novidade. A segunda é a construção da intimidade e tranquilidade. E a calma no amor não é sinônimo de monotonia, mas, sim, de se aprofundar através da realidade”, afirma Bárbara Menêses, psicóloga, sexóloga e palestrante.

    E é justamente aí que mora o problema: para muitos, o fim do período de “lua-de-mel” é uma sentença de que as coisas jamais serão tão encantadoras e, portanto, a única opção viável seria o término. Nessa brincadeira, alguns passam a vida inteira pulando de relacionamento em relacionamento, viciados em reviver a magia de um novo romance: o famoso love high.

    Para Bárbara, esse medo de se aprofundar está intimamente ligado ao atual estado de nossa sociedade: “Vivemos num momento de superficialidade nas relações, pois estamos cada vez mais imediatistas. Quase ninguém tem paciência para resolver conflitos, sentar, ouvir o outro e chegar a um acordo. Se algo for incompatível, tchau.”

    A especialista aponta dois fatores que contribuem para essa realidade: um deles é a internet, que acelera a rotina e dificulta a administração do nosso tempo, nos tornando cada vez mais impacientes. Já o segundo está relacionado às projeções excessivas (instigadas, especialmente, nas redes sociais).

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    “Essa coisa da perfeição, de sempre estarmos lindos, nos faz sentir que tudo precisa ser impecável. Idealizamos que a vida é igual ao último capítulo da novela, onde todos encontram a felicidade eterna. Ninguém mostra o dia seguinte, o pós-casamento. Frequentemente, nos relacionamos com a nossa expectativa em relação ao próximo, e não com a pessoa de fato, que também tem suas dificuldades e crises”, afirma.

    Apesar do que muitos acreditam, a transição da paixão para o amor não precisa ser marcado por monotonia.
    Apesar do que muitos acreditam, a transição da paixão para o amor não precisa ser marcada por monotonia. (Getty Images/Reprodução)

    Mas também existem as influências internas (claro), responsáveis por nos fazer “fugir” do amadurecimento do amor. Segundo a psicóloga Alessandra Kovac, experiências traumáticas, decepções e frustrações podem aumentar as chances de criarmos uma defesa psíquica inconsciente.

    “Ficar só na fase da paixão e não deixar a relação progredir dá a falsa sensação de controle. É como se estivéssemos nos protegendo do sofrimento e da possibilidade de abandono. A estratégia pode dar certo até certo ponto, mas você estará deixando de viver. É um boicote às próprias chances de vivenciar momentos de felicidade”, esclarece.

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    As fases do amor

    Engana-se quem pensa que o processo acaba a partir do momento que aceitamos a calmaria e ressignificamos a rotina. Muito pelo contrário: a vida a dois (ou mais, no caso do poliamor) está em constante movimento, com novos questionamentos surgindo a cada esquina. Aliás, você já deve ter ouvido falar nas famigeradas crises dos cinco anos, sete anos e por aí vai…

    De acordo com Bárbara Menezes, apesar dos desencontros não acontecerem em períodos específicos (como um castigo do universo), existe a revisão de valores e combinados de tempos em tempos. Alessandra elucida: “É bastante comum acontecer uma crise no primeiro ano de casamento. Pense: antes morávamos sozinhos e, agora, estamos dividindo tudo com alguém, incluindo o nosso espaço e tempo. E aí, quando superamos essa fase decisiva, surgem outros entraves ligados ao dia a dia e às conquistas individuais”, explica.

    Do começo ao fim, mudanças aparecerão. Mas, por mais complexas que sejam, o autoconhecimento e o diálogo entre o casal são essenciais para abordá-las com maturidade

    Alessandra Kovac, psicóloga

     

    Alguns anos depois, segundo a profissional, também chega aquele momento crítico de redirecionar os rumos da vida. Perguntas como “Será que teremos filhos?”, “O que queremos daqui para frente?” e “Estamos na mesma página?” tornam-se mais comuns. E o desgaste provocado pelo convívio é inevitável. “Do começo ao fim, turbulências e mudanças aparecerão. É natural. Mas, por mais complexas que sejam, o autoconhecimento e o diálogo entre o casal são essenciais para abordá-las com maturidade”, diz Alessandra Kovac.

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    É importante ressaltar que morar juntos ou casar não precisa fazer parte (necessariamente) do ciclo de amadurecimento do casal: “O que não falta é gente morando junto sem se falar. As pessoas não se conhecem mesmo estando debaixo do mesmo teto. Portanto, sempre preze pela qualidade ao invés da quantidade. O que adianta jantar diariamente com cada um mexendo no celular? Por isso eu digo: dá sim para ter intimidade morando em casas diferentes, sem casar, pois o casamento em si é um rito de passagem feito para os outros verem”, dispara Bárbara Menêses.

    Há uma grande beleza em se doar de forma profunda e enfrentar os obstáculos de um vínculo amoroso, especialmente quando percebemos que o outro nos enxerga por quem somos. Porém, assim como quaisquer ciclos, sempre existe um fim. Aceitar isso é um ato de autocuidado e de extrema maturidade.

    Como saber a hora de trocar o disco? Para Bárbara, basta estar atenta ao quanto ainda queremos ser melhores para permanecer na relação. “Quando eu quero que o outro mude para eu me sentir bem, é um sinal de alerta. Adoro dizer que existe um tripé essencial composto de amor, confiança e respeito. Se eu te amar, respeitar e confiar, significa que te admiro. E por eu te admirar, vou querer ser uma pessoa melhor para estar contigo e contribuir para que essa conexão seja duradoura”, conclui Bárbara Menêses.

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