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Ficar sério é o mesmo que namorar? Especialista esclarece dúvidas

Apesar de não ser tão concreto quanto um namoro, “ficar sério” ainda envolve uma série de responsabilidades e precauções

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 18 dez 2023, 10h14 - Publicado em 16 dez 2023, 07h55

Ficar sério com alguém sem assumir oficialmente um namoro pode ser desafiador, gerando incertezas e ansiedade devido à falta de rótulos. Sem dúvidas, aquela temida ambiguidade na relação pode criar um cenário nebuloso, exigindo comunicação aberta para alinhar expectativas e garantir uma evolução saudável do vínculo. E, para além disso, ainda existe a pressão social e as expectativas externas que tornam essa dinâmica ainda mais desafiadora.

Pensando em todos esses questionamentos (extremamente válidos, por sinal), entrevistamos a sexóloga clínica Bárbara Bastos, pós-graduanda em Sexualidade Humana pelo Child Behavior Institute of Miami. Confira:

Ficar sério demanda compromisso

Por mais que a relação de ficante não seja bem definida (e tampouco possua rótulos), Bárbara Bastos afirma que, sim, esse formato de afeto demanda um certo compromisso: “Deve haver respeito e, às vezes, até fidelidade entre os envolvidos”, afirma.

Inclusive, a sexóloga explica que “ficar sério” é bem diferente do “ficante casual”, onde não há promessas que envolvam um possível namoro.

“É importante lembrar que, como essa relação não é estável, os conceitos podem variar de pessoa para pessoa”, diz Bárbara. Sendo assim, a especialista aponta ser fundamental que haja comunicação aberta e honesta entre os dois envolvidos.

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Ficar sério é diferente de namorar?

Segundo a profissional, a diferença entre “ficar sério” e ter um namoro está no nível de compromisso entre as pessoas envolvidas.

“Podemos nos ver com frequência, mas ainda não temos um compromisso formal, como um pedido de namoro”, clarifica.

Outras características diferenciam o ficar sério do namoro: “Neste último, também nos vemos com frequência, assumimos a relação publicamente e geramos expectativas de exclusividade e fidelidade.”

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Dito tudo isso, Bárbara afirma ser importante reforçar que essas diferenças não são uma regra. “O significado pode variar de acordo com a cultura, a sociedade e as expectativas individuais de quem está envolvido.”

Conhecer e participar da família do outro, por exemplo, costuma ser mais comum no namoro.

Até quando ficar sério é saudável?

De acordo com a sexóloga, esse formato é inofensivo quando estamos começando a nos envolver com alguém. “Começamos a passar mais tempo juntos, compartilhar mais sobre nossas vidas e nos envolver em um nível mais profundo”, diz.

Nesse contexto, Bárbara explica que a exclusividade é uma forma de demonstrar esse compromisso, sendo um sinal de que o relacionamento está progredindo para um nível mais sério.

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No entanto, ela faz um adendo importante: “A exclusividade não é obrigatória para um relacionamento sério. Algumas pessoas preferem manter seus relacionamentos abertos, mesmo que estejam se envolvendo com alguém, e está tudo bem, desde que haja sinceridade e diálogo”, pontua.

Agora, as coisas começam a ficar turbulentas quando o “ficar sério” não envolve sequer um mínimo desejo de compromisso. “Isso pode fazer com que as pessoas não se sintam tão seguras para mergulharem de cabeça na relação e criarem um vínculo de intimidade verdadeira entre si”, esclarece.

Para a especialista, caso uma das partes tenha falta de confiança com o futuro da relação, possivelmente essa mesma pessoa não se doará por inteiro.

Será que tenho medo de compromisso?

Bárbara Bastos aconselha apostar na sinceridade e honestidade consigo: “Só assim conseguimos ter clareza dos próprios sentimentos, entendendo quais são os reais objetivos com o relacionamento no momento de vida”, diz.

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Ela declara que não assumir um relacionamento, muitas vezes, pode ser uma fuga, uma espécie de saída para não encarar o compromisso verdadeiro. Se este for o seu caso, não se esqueça: mesmo sem o rótulo do namoro, a presença da responsabilidade afetiva ainda é muito necessária.

“Qualquer tipo de afeto precisa ter acordos, combinados e muita conversa. O que não pode haver são joguinhos ou testes, atitudes imaturas que confirmam que a pessoa não está pronta para uma relação fixa”, alerta.

E para quem está do outro lado da moeda, isso é, que não consegue ler os sinais do próximo, tente permanecer em alerta para não ser enrolada. “A dica é perceber há quanto tempo esse relacionamento não sai do lugar e não evolui para outras etapas, como acontece em relacionamentos que vão se construindo”, indica.

Rótulos são importantes?

Tudo depende: segundo Bárbara, a relevância de definir um relacionamento depende de cada pessoa e da relação em questão. “Para muitos, definir o vínculo é essencial para comunicarmos expectativas, compromisso e metas. Para outras, os rótulos podem ser limitantes ou desnecessários”, afirma.

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É interessante ressaltar que, quando sabemos o que esperar de uma relação, conseguimos evitar mal-entendidos e frustrações com uma maior facilidade.

“Se alguém está procurando um relacionamento sério, é imprescindível comunicar isso à outra pessoa desde o primeiro momento”, diz.

Obviamente, também existem os contras de rotularmos os nossos afetos: “Pode ser muito limitante. Eu posso estar em um relacionamento sério, mas não querer me casar”, exemplifica

Além disso, as definições acerca do amor podem criar expectativas irreais sobre o que uma relação deveria ser.

Sendo assim, o mais indicado é encontrar um equilíbrio entre aproveitar o momento, não se preocupando com o que o relacionamento é chamado, mas sem deixar de nutrir a dinâmica entre os dois.

Vivemos em uma época tecnológica que permite conhecer diversas pessoas de forma prática e fácil, fazendo com que muitas prefiram não se envolver por completo”, afirma.

Para ela, a vulnerabilidade pode trazer os nossos próprios erros e falhas à tona, o que não é tão atrativo para a maioria de nós: “Isso é completamente comum, claro, pois somos seres duais. Precisamos aceitar tanto as qualidades quanto os defeitos, em nós e no outro”, conclui.

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