9 mulheres que estão revolucionando a indústria da pornografia
Pornô feito por mulheres, para mulheres.
Nem só de pornografia hardcore vive o mundo pornô. Talvez você não saiba, mas existem mulheres que estão pensando em como atender às suas necessidades (sim!) de consumir vídeos eróticos com um olhar feminino.
1. Jully DeLarge
Quando a atriz pornô Jully DeLarge conheceu o site Xplastic, a identificação foi imediata. “O conteúdo me representou em diversos aspectos, mas o que realmente me chamou a atenção foi o fato de que o site explorava a realidade individual de cada garota”, conta.
Depois do primeiro contato que teve com a equipe, fazendo fotos experimentais durante um evento, a brasileira foi convidada para fazer sua primeira cena e não parou mais com suas colaborações. Logo Jully passou a trabalhar também como diretora ao lado do marido Tiago Nogueira – que ela mesma levou para o mundo da pornografia. Juntos eles abriram uma produtora de alt porn (pornô alternativo) chamada Vida Libertina, que valoriza o empoderamento da mulher e o prazer real dos atores.
“Quero que as mulheres assistam aos filmes e não se sintam agredidas ou diminuídas. Quero que as atrizes e os atores se sintam confortáveis no set, que sintam prazer em cena, que tenham liberdade em decidir o que querem ou não fazer”, diz Jully.
2. Tristan Taormino
A americana Tristan Taormino combina pornografia e educação sexual em seus trabalhos. Ela ensina por meio de suas palestras, aulas, artigos, livros e filmes que, na prática, o sexo não deveria ser tão abusivo com as mulheres como é na indústria pornô tradicional.
Nos filmes dirigidos por ela, o sexo seguro e o empoderamento feminino estão sempre presentes, em roteiros interessantes, com enfoque no orgasmo feminino – que é real. Bem real! Ela também é fundadora da Pucker Up, uma revista online sobre sexo, onde suas produções estão disponíveis.
3. May Medeiros
A brasileira May Medeiros não assistia a filmes pornôs até ser chamada por um amigo, em meados de 2010, para quebrar um galho na produção de uma feira adulta. E sua carreira na área de conteúdo erótico começou, mesmo, quando ela teve a ideia inusitada de expor uma performer pornô se masturbando, em uma visita temática realizada na Fundação Bienal, em São Paulo.
Para esse workshop, intitulado “Obras para Adultos (+18)”, May contou com a ajuda da equipe da produtora pornô LuzVermelha.TV, que indicou a atriz para fazer a performance ao vivo. A iniciativa deu tão certo que May logo foi convidada para trabalhar com eles.
Hoje, além da importante função de produtora, influenciando com seu ponto de vista único o casting e o conteúdo que vai para o ar nas marcas mais famosas da LuzVermelha.TV (Fita Safada e Xplastic), ela é também sócio-executiva e lida com questões burocráticas na empresa.
4. Lucie Blush
Antes de entrar para a indústria da pornografia, a francesa Lucie Blush era uma “menina nerd, tímida e virgem” – como ela mesma conta em diversas entrevistas – e acreditava que ficaria assim para o resto da vida. Na tentativa de mudar a imagem que as pessoas tinham dela durante a adolescência, Lucie transformou seu visual e passou a usar roupas mais femininas e provocantes. Mas a estratégia de parecer mais atraente teve um efeito contrário ao que esperava e ela acabou sofrendo por ser chamada de “atirada” pelos colegas.
Depois dessa fase frustrante, Lucie iniciou a carreira na pornografia com o objetivo de quebrar tabus e mostrar que todas as mulheres podem gostar de sexo – assim como os homens – sem serem julgadas por isso. Hoje ela produz, filma e edita seus próprios filmes e até estrela alguns deles, como o mais recente Let’s Keep the Wedding. Todos os outros vídeos da diretora estão disponíveis no site Lucie Makes Porn.
5. Alison Lee
A empreendedora Alison Lee é a organizadora do Feminist Porn Awards, um evento anual que celebra a mídia erótica feita para mulheres. Ela decidiu criar a premiação depois da experiência que adquiriu com a loja que gerencia – o sex shop Good For Her, que vende somente produtos para o prazer feminino. O contato com clientes e outros profissionais do ramo a fez notar que havia mais mulheres interessadas em brinquedos eróticos e pornografia do que ela imaginava.
6. Petra Joy
A alemã Petra Joy financia, produz e dirige filmes eróticos que ela define, em seu site oficial, como obras que “realizam fantasias femininas”. Todos os roteiros são baseados nos pedidos dos clientes ou são recriações dos próprios fetiches de Joy. Outro diferencial do seu trabalho é que ela não exige que os atores façam nada fora dos seus limites pessoais. A única obrigatoriedade é que todas as cenas sejam gravadas com o uso de camisinha.
7. Cindy Gallop
Ao perceber o quanto os homens com quem se envolvia eram influenciados pelo sexo irreal ensinado pelo pornô tradicional, a empreendedora inglesa Cindy Gallop criou o site Make Love, Not Porn (“Faça amor, não faça pornô”, em português). O site funciona como uma espécie de rede social na qual os usuários podem contar suas histórias reais de sexo. O site fez tanto sucesso que, desde 2014, permite também que qualquer pessoa faça o upload de filmes caseiros e assista a outros vídeos no canal MakeLoveNotPorn.Tv.
8. Ms Naughty
Louise Lush era bibliotecária e jornalista freelancer até começar a trabalhar para um site de contos eróticos chamado For the Girls. Depois de 10 anos de experiência, ela criou o próprio blog, Ms Naughty, para reunir todas as suas histórias. Na mesma época, começou a dirigir e editar seus próprios filmes. Ao contrário da maioria das diretoras, Ms Naughty não vincula sua própria imagem aos seus sites e se mantém o tempo todo atrás das câmeras, tendo um rosto menos conhecido no mundo pornô, mas o site em que ela disponibiliza todos os seus vídeos, o Bright Desire, é um dos mais visitados por mulheres na internet.
9. Erika Lust
Um dos nomes mais expressivos na indústria pornô atualmente, a sueca Erika Lust estava cansada da mesmice que via nos tradicionais vídeos de pornografia quando iniciou a carreira nessa área, unindo seu amor por cinema com a vontade de levar um ponto de vista mais feminino aos filmes. Sob seu olhar, somem as temáticas cafonas, a encenação exagerada e mulheres estereotipadas como protagonistas.
“Em todos os lugares, o mundo das mulheres está em debate. Todos os lugares, menos na indústria da pornografia”, disse Erika durante seu Tedx em Vienna. A diretora foi uma das primeiras a focar no prazer e satisfação femininos em suas produções. Com isso, ganhou muitos prêmios e abriu portas para outras mulheres se aventurarem nesse universo.