10 dúvidas sobre sêmen que você sempre quis esclarecer
Nós conversamos com urologistas para entender TUDINHO, tim tim por tim tim.
Ao mesmo tempo em que existem muitos, mas muitos nomes para nos referirmos ao sêmen, também há milhares questões extremamente ~nebulosas~ quando o assunto é este líquido.
As consequências da desinformação podem ser graves: segundo dados do IBGE, cerca de 40% dos jovens brasileiros que tiveram suas primeiras relações sexuais em 2015 não fizeram o uso de preservativos, por exemplo.
Para ajudar a esclarecer a mente dos jovens (e também dos não tão jovens – por que não?), nós conversamos com dois urologistas. Eles nos explicaram, tim tim por tim tim, 10 das questões relativamente confusas sobre sêmen.
Olha só:
Os homens produzem sêmen durante a vida toda?
O sêmen só começa a ser produzido a partir da puberdade dos homens, explica a Dra. Jen Caudle, da Rowan University, em entrevista ao site Refinery29. “É aí que os hormônios começam a ser liberados e que os testículos começam a produzir testosterona”, ela conta. Depois disso, é provável que ele continue pelo resto da vida. “Se ele tiver uma próstata saudável, vai produzir o líquido seminal e o espermatozoide por muitos anos”, esclarece o Dr. Fernando Nestor Facio, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia em São Paulo. “O homem não tem ‘andropausa’. Ele pode não ter a mesma vitalidade, o mesmo número de espermatozóides, a mesma capacidade. Mas continua produzindo”.
Como método contraceptivo, afinal, o coito interrompido é uma boa ideia?
Segundo o Dr. Filipe Tenório, especialista em reprodução, função sexual e saúde masculina, o coito interrompido não é aconselhado como único método contraceptivo. Segundo ele, a taxa de falha deste método é de 4 a 15%. “Isso ocorre porque os espermatozoides podem ser liberados em pequenas quantidades antes da ejaculação”. Além disso, ele menciona estudos que indicam o quanto o coito interrompido pode gerar ansiedade no casal, chegando inclusive a gerar ejaculação precoce.
Por quanto tempo depois da ejaculação os espermatozóides sobrevivem?
O Dr. Facio explica: dentro da vagina, o espermatozoide pode sobreviver por até 72 horas – ou seja, por 3 dias. Já quando está fora do corpo humano, mas armazenado em condições “ideais” (na hora de fazer um exame, por exemplo), duram de 2 até 6 horas. Se eles caírem em um ambiente inóspito (como o chão, por exemplo), morrem rapidinho. “Não tem nutrientes, não há uma temperatura apropriada”, ele continua.
Quantos espermatozoides são liberados em cada ejaculação?
De acordo com o Dr. Tenório, há uma média de 150 a 300 milhões de espermatozoides por ejaculação.
Essa quantidade varia?
Dependendo do tempo de abstinência, o número de espermatozoides pode variar, segundo o Dr. Tenório.
Por que existem, aliás, variações na quantidade do líquido (seja de homem para homem ou de transa para transa)?
O Dr. Facio explica que, ao longo da vida, o volume de sêmen chega de fato a variar. “Os níveis hormonais e a idade interferem”, ele explica. “Tem também uma questão controversa: quem toma testosterona exógena, como anabolizante, acaba inibindo seus testículos por um período que pode ser superior a um ano. Dependendo da forma como usar, o dano pode ser irreversível”.
Qual é a cor do sêmen saudável?
De acordo com o Dr. Facio, a cor “normal” do sêmen é de um “amarelo palha”.
O sêmen de um homem pode indicar se ele está saudável ou não?
Tanto o Dr. Facio quanto o Dr. Tenório concordam: pelo menos por enquanto, a única coisa que um espermograma (o exame que analisa o sêmen) pode indicar é como anda a fertilidade do homem.
Quando ingerido, o sêmen tem algum valor ~nutricional~ interessante?
“Proteínas, frutose e gorduras são os principais componentes do sêmen“, explica o Dr. Tenório. No fim das contas, o líquido acaba sendo digerido de forma bastante semelhante à comida – mas, segundo o Dr. Facio, ainda não existem estudos relevantes a respeito do aumento de proteínas no corpo de quem ingere o sêmen.
Por último: existe alguma dieta que, se feita pelo homem, é capaz de mudar o gosto do sêmen?
“Isso é um mito”, ri-se o Dr. Facio. “O gosto e a sensação do sêmen se devem ao ph e à quantidade de proteínas de que ele é composto. É algo característico, não há como mudar. O que pode variar é a coloração, a viscosidade”.