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Por trás da moda

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Renata Brosina é jornalista, host de podcast e editora de moda com foco em luxo e sustentabilidade. Com 15 anos de carreira e alguns títulos internacionais no currículo, ela é curiosa, gosta de entrevistar e vestir pessoas, e analisar as transformações que vêm acontecendo no mercado.

Como a joalheria e a arte se relacionam?

Elas se cruzam muito além do moodboard de uma coleção — e, quando essa relação é séria, as iniciativas dão fôlego a instituições e artistas

Por Renata Brosina
17 dez 2025, 10h00 •
Colagem com diferentes fotos de exposição de arte
As grifes de luxo estão mais próximas do universo da arte (Fotos/Divulgação)
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  • É irrefutável que, na última década, as grifes de luxo se aproximaram do universo da arte. Os dois mundos vêm estreitando laços com parcerias criativas, incentivos a instituições e apoio direto a artistas. E é valioso que esse investimento deságue em um meio cultural que, mais do que nunca, precisa do fôlego financeiro das grandes maisons.

    À medida que essa convergência se intensifica, torna-se essencial destacar as casas que mantêm, de fato, uma relação estrutural e genuína com a arte. Entre elas, a que mais reúne histórias é a Bvlgari.

    Talvez o episódio mais curioso — embora não exatamente feliz — que ouvi nas salas da butique da Via dei Condotti, em Roma, envolva Nicola Bulgari, neto do fundador, Sotirios, e o artista plástico Andy Warhol. A história, porém, se passa em Nova York: Warhol foi uma das primeiras celebridades a visitar a loja norte-americana nos anos 1970.

    Encantado pelas joias, ofereceu algumas de suas pinturas em troca de peças. Nicola, jovem à época, recusou — o que se tornou um de seus maiores arrependimentos. As obras, hoje nas paredes do MoMA, seguiram outro destino, mas a arte de Warhol permaneceu como referência constante para a maison.

    Um exemplo emblemático é a coleção “Wild Pop”, apresentada por Lucia Silvestri para a alta joalheria em 2018 — vibrante, colorida e carregada na exuberância dos anos 1980. Essa é apenas uma das muitas histórias que revelam as trocas profundas entre a marca romana e a arte.

    Colagem com diferentes fotos de exposição de arte
    Relação entre arte e moda não é de agora (Fotos/Divulgação)
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    Trazendo essa relação para um contexto mais contemporâneo, em 2025, a Bvlgari passou a patrocinar o restauro de quadros, esculturas e outras obras artísticas que tive o privilégio de observar no Laboratório de Conservação e Restauro e nas Reservas Técnicas da Pinacoteca de São Paulo.

    Trata-se de um trabalho manual que remete ao gesto minucioso do artesão que passa horas polindo ou cravando pedras preciosas, como ocorre na fábrica da Bvlgari em Valenza, na Itália.

    Fala-se muito sobre a preservação do savoir-faire na moda e na joalheria, mas a arte também exige precisão, conhecimento e valorização. E o patrocínio — inicialmente de três anos — garante acesso a materiais caríssimos, como os vidros museológicos que protegem as obras da luz e da oxidação, ou para aprofundar o diálogo com metodologias de ponta adotadas em instituições de vanguarda no exterior.

    Um exemplo é o uso do PVA Borax Gel — uma espécie de “slime” translúcido —, técnica inovadora para a limpeza de pinturas envernizadas. Apresentado em um workshop liderado por especialistas italianos, o material permite uma limpeza mais controlada, profunda e segura, sem agredir a camada original da obra.

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    Exposição Kaileidos, no Japão
    Exposição Kaileidos, no Japão (Foto/Divulgação)

    Na visita guiada por Camila Vitti, coordenadora de Conservação e Restauro da Pinacoteca, torna-se evidente como cada especialização — do papel à escultura, passando pelas pinturas envernizadas — constitui um métier essencial, de rigor técnico absoluto e ainda de pouca visibilidade entre marcas que buscam se associar a museus. Ao apoiar esse ecossistema, a Bvlgari reafirma a tradição artesanal que preserva em seus ateliês.

    Entre os primeiros frutos da parceria, além do intercâmbio de conhecimento, estão a restauração de cinco peças, com destaque para Em Busca da Luz (1940), de Maria Martins, e Portadora de Perfume (1923–1924), de Victor Brecheret. Por ano, estima-se intervenções em cerca de 150 obras na Pinacoteca — e, com novos recursos, espera-se que os processos se tornem mais precisos.

    Essa conexão exposta na Pinacoteca não é isolada. Em 2024, a grife criou a Fondazione Bvlgari para ampliar compromissos com arte, educação, filantropia e preservação artesanal. No campo das parcerias culturais, a marca é parceira do Museu MAXXI, em Roma, onde o Prêmio MAXXI Bvlgari promove novos talentos e inovação artística, e do Whitney Museum, em Nova York. Ambos são plataformas para obras contemporâneas, vozes emergentes e consagradas, nutrindo a memória artística. É o tipo de colaboração frutífera e valiosa — para ambos os lados.

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