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Luciana Temer é a vencedora do Prêmio CLAUDIA 2025 na categoria Direito das Mulheres

 À frente do Instituto Liberta, ela aposta na educação sexual para proteger as crianças e prevenir abusos no futuro

Por Laura Ming
9 dez 2025, 22h02 • Atualizado em 9 dez 2025, 22h37
Luciana Temer é a vencedora do Prêmio CLAUDIA na categoria Direito das Mulheres
Luciana Temer é a vencedora do Prêmio CLAUDIA na categoria Direito das Mulheres (Renato Nascimento/Reprodução)
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  • Luciana Temer é filha do ex-presidente Michel Temer, mas esse dado diz pouco sobre a advogada e professora de Direito Constitucional da PUC-SP, de 56 anos — agora vencedora do Prêmio CLAUDIA 2025 pela atuação incansável no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

    Antes de se tornar uma referência nacional, foi delegada de polícia e integrou, na gestão Fernando Haddad, o programa De Braços Abertos, voltado à redução de danos na Cracolândia. Desde 2017, lidera o Instituto Liberta, organização que ajudou a fundar ao lado do filantropo Eli Horn.

    Um chamado que mudou sua trajetória

    A pauta feminina entrou em sua vida quase por acaso. Aos 23 anos, havia sido aprovada em um concurso público e foi trabalhar na Delegacia de Defesa da Mulher de Osasco.

    Ao mesmo tempo, cursava mestrado em Direito Constitucional, interessada em temas como Mercosul e União Europeia. Seu orientador insistiu para que mudasse o tema da pesquisa, por entender o valor de vivenciar por dentro a rotina de uma delegacia da mulher e escrever a partir dessa experiência.

    E foi uma experiência transformadora. Em 1993, Luciana já defendia a necessidade de uma legislação específica para violência doméstica, muito antes de a Lei Maria da Penha existir.

     À frente do Instituto Liberta, ela aposta na educação sexual para proteger as crianças e prevenir abusos no futuro
    À frente do Instituto Liberta, ela aposta na educação sexual para proteger as crianças e prevenir abusos no futuro (Renato Nascimento/Reprodução)

    Um novo desvio que mudou tudo

    Anos depois, surgiu outro desvio de rota. Luciana foi procurada pelo filantropo Eli Horn, que queria criar um instituto focado no combate à exploração sexual de meninas.

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    A resistência inicial e a mudança de visão

    A primeira reação foi de resistência. Para ela, o problema estrutural do Brasil era a violência contra a mulher como um todo. Luciana acreditava que, se o país enfrentasse essa questão com seriedade, a violência sexual infantil seria quase residual.

    Mesmo assim, aceitou a missão. E, com o tempo, compreendeu a importância desse caminho. Hoje, costuma dizer que é muito mais fácil empoderar uma menina de 12 anos para evitar a violência do que tentar tirar uma mulher de 30 de uma situação de abuso para a qual ela nunca teve outras oportunidades de saída.

    Avanços legislativos em defesa das crianças

    Este ano, o Instituto Liberta avançou com um projeto de lei em parceria com a deputada Duda Salabert (PDT-MG). A proposta exige que os boletins de ocorrência de violência sexual infantil informem quem fez a denúncia.

    É um passo importante para reforçar a escola como espaço de proteção — e, por consequência, para combater o home schooling. Crianças fora da escola ficam mais vulneráveis, como se viu na pandemia, quando milhões deixaram de frequentar salas de aula e o número de denúncias despencou.

    O ECA Digital e a proteção no ambiente online

    Outra conquista recente é o chamado ECA Digital, que busca garantir os direitos das crianças na internet. O Liberta integra um amplo movimento de organizações, liderado pelo Instituto Alana, que pressiona pela criação de regras obrigatórias para o ambiente digital. Entre elas, a exigência de que sites pornográficos verifiquem a idade de quem tenta acessar seu conteúdo.

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    Luciana Temer
    Luciana Temer é a vencedora do Prêmio CLAUDIA na categoria Direito das Mulheres (Renato Nascimento/Reprodução)

    Mudanças que começam a aparecer

    Apesar de saber que ainda há um longo caminho, Luciana celebra avanços significativos. No início do Liberta, quando levava o tema da violência sexual infantil para grandes corporações, costumava ouvir que o assunto era pesado demais para ser tratado internamente.

    Hoje, mais de 180 empresas e organizações já se comprometeram a promover ações de conscientização entre seus funcionários com o material desenvolvido pelo instituto.

    Equilibrar carreira e maternidade

    Mãe de Pedro, 24, e Marina, 23, Luciana também enfrentou o desafio de conciliar a carreira com a educação dos filhos. Assumiu o posto de secretária-adjunta da Juventude quando tinha um bebê de quatro meses em casa, estava grávida do segundo — e decidiu permanecer no cargo.

    Mais tarde, vieram as cobranças. Quando tinha 11 anos, Pedro faltou à escola e declarou que faria o que quisesse porque “a mãe nunca estava em casa”.

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    O peso da culpa — e a firmeza necessária

    A culpa bateu, mas Luciana foi firme ao explicar por que trabalhava e por que sua presença no mundo importava. Também ouviu da filha adolescente por que ela tinha mais restrições para circular pela cidade do que o irmão.

    Luciana respondeu: “Não sou eu que te trato diferente, é o mundo. Eu luto para que o mundo te trate igual, mas enquanto isso não acontece, eu vou cuidar da sua segurança.

    Uma batalha pública e privada

    É uma luta que ela enfrentou dentro de casa e também na vida pública. E que segue avançando — para sorte das meninas e mulheres que vivem no Brasil.

    O Prêmio CLAUDIA 2025

    O Prêmio CLAUDIA chegou a sua 25ª edição, celebrando mulheres que transformam o Brasil em diferentes áreas. A edição 2025 foi realizada em 9 de dezembro, às 20h, no Roxy Dinner Show, Rio de Janeiro, e destacou finalistas que se tornaram referência em cultura, educação, negócios, direitos da mulher, saúde, inovação, sustentabilidade, trabalho social, influência digital e impacto do ano.

    O júri desta edição reuniu nomes influentes e plurais, como Zezé Motta, Maria da Penha, Luiza Helena Trajano, Ana Fontes e a jornalista Aline Midlej, além das representantes da Editora Abril: Karin Hueck (editora-chefe de CLAUDIA), Helena Galante (diretora de núcleo da Abril) e Andrea Abelleira (VP de Publishing da Editora Abril).

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