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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

A compra da Warner pela Netflix é o maior choque de Hollywood em 100 anos

A possível fusão entre Netflix e Warner pode redefinir Hollywood, concentrar poder e transformar o futuro do audiovisual; entenda o impacto

Por Ana Claudia Paixão
5 dez 2025, 16h53 •
Logotipos da Netflix e da Warner Bros. lado a lado, simbolizando a possível fusão entre as empresas e seu impacto no futuro do entretenimento.
A fusão entre Netflix e Warner Bros. promete redefinir o equilíbrio de forças em Hollywood, unindo o maior streaming do mundo a um dos catálogos mais tradicionais da indústria. (Anadolu/Getty Images)
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  • Nem todo consumidor acompanha os bastidores do que vê nas telas, mas o “lado negócio” da arte sempre foi tão intrigante — e às vezes até mais dramático — que a própria ficção que vende. Trabalhei como executiva do entretenimento por muitos anos, e testemunhei negociações e tensões que moldaram o que vemos, como vemos e onde vemos. Hoje observo tudo com mais leveza, mas a cada fusão ou venda, penso nos amigos que continuam no mercado: nada disso é simples, nada é superficial.

    O maior terremoto em um século de indústria

    Hollywood atravessa, na última década, sua transformação mais radical desde a fundação dos grandes estúdios. Vemos empresas centenárias sendo compradas por players que, até ontem, eram disruptores. Nesse contexto, a possível compra da Warner pela Netflix é, na minha avaliação, o movimento mais significativo em mais de cem anos.

    A Netflix iniciou negociações exclusivas para adquirir a divisão de estúdios e streaming da Warner Bros. Discovery — e isso não é apenas um negócio. É um capítulo que sintetiza um século inteiro de história em um único lance de xadrez.

    Como a Warner chegou a esse ponto?

    A sequência AT&T → WarnerMedia → Discovery criou um gigante endividado e fragmentado. Erros estratégicos, tentativas frustradas de reposicionamento de marca — como o apagamento do nome HBO — e cancelamentos sucessivos corroeram a identidade do grupo. O recuo em 2025, trazendo de volta o HBO Max, soou como pedido de desculpas.

    Um mercado que já abandonou o modelo clássico

    No mesmo período, a paisagem global mudou: Disney comprou a Fox, Amazon absorveu a MGM, a Paramount se uniu à Skydance. Hollywood deixou de ser hollywoodiana. O centro de gravidade migrou para o Vale do Silício.

    Nesse ecossistema, a Netflix surge não só como competidora — mas como reorganizadora do tabuleiro.

    O que a Netflix realmente quer

    Mais do que ativos, ela busca pedigree. Harry Potter, Batman, Mulher-Maravilha, Game of Thrones, Succession, The Last of Us, Matrix — catálogos que moldaram a cultura pop. Quer estúdios físicos, operações internacionais, o prestígio da HBO. Quer ser, enfim, um conglomerado completo do século 21.

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    O relógio regulatório já começou a correr

    Se aprovado, o acordo deve ser concluído entre o fim de 2026 e o início de 2027. Se for barrado, a Netflix paga um reverse break fee bilionário, mas sai viva. A Warner, não. Por isso, para muitos, não se discute mais o “se”, mas o “quando”.

    As mudanças de comando que moldam o futuro

    A história também passa pelas saídas — e ascensões — de nomes icônicos: Richard Plepler, Jason Kilar, Ann Sarnoff, Toby Emmerich e Casey Bloys, talvez o último guardião da tradição HBO. A fusão redefine não apenas empresas, mas carreiras, culturas criativas e centros de poder.

    O falso duelo entre “arte” e “algoritmo”

    É sedutor tratar HBO e Netflix como opostos irreconciliáveis, mas injusto com ambas. A HBO construiu um modelo de curadoria exigente, mas também rejeitou fenômenos. A Netflix revolucionou o consumo com dados, mas também apostou em projetos que nenhum algoritmo poderia prever.

    Antes, havia espaço para intuição. Hoje, algoritmos calibram decisões — mas o audiovisual sempre foi guiado por números, da bilheteria aos índices de audiência. A mudança é de lógica, não de essência.

    A ameaça que assombra Hollywood: a concentração extrema

    O medo real não é criativo, mas industrial. A fusão criaria um superconglomerado sem precedentes: a maior plataforma global de streaming unida a um dos últimos catálogos independentes relevantes. Isso aciona alarmes antitruste em Washington e Bruxelas.

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    Hollywood não teme revoluções. Teme hegemonias.

    Um futuro global — para o bem e para o mal

    Há uma luz possível. A Netflix toma decisões a partir de São Paulo, Seul, Cidade do México, Lagos, Mumbai. Poderíamos ver narrativas globais realmente globais — e não apenas exportações de Hollywood.

    Mas há riscos iguais: supercatálogos achatam competição, centralizam poder e tendem a começar cortes pelas bordas — pelos mercados internacionais.

    O algoritmo é o novo estúdio?

    A fusão entre Netflix e Warner não seria apenas uma compra. Seria uma mudança de eixo. A despedida de um modelo e o nascimento de uma criatura híbrida: parte estúdio, parte plataforma, parte tecnologia.

    A pergunta que nos acompanhará daqui em diante é simples e gigantesca: que histórias sobreviverão quando o algoritmo for, de fato, o novo estúdio?

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    E quem decidirá quais histórias merecem existir em um mundo guiado por dados globais? Estamos assistindo, em tempo real, ao capítulo mais radical da transformação do audiovisual desde a própria invenção de Hollywood. Não é fascinante?

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