A mulher escreve, o homem dorme: elas transformam a dor em disco
Enquanto os homens saem ilesos, as mulheres fazem da dor uma arte
 
							Shakira chorou dançando.
Beyoncé sangrou e serviu pedrada em forma de álbum.
Agora é Lily Allen quem abre o peito e o passado em West End Girl.
E, sinceramente? Shakira foi fichinha perto dela.
Não é só um disco. É uma autópsia emocional.
Lily revisita um casamento aberto, confuso e emocionalmente devastador com a lucidez de quem sobreviveu, mas não saiu ilesa.
Em “Dallas Major”, ela tenta aceitar o inaceitável: aplicativos de namoro para agradar o marido.
Em “Sleepwalking”, narra a ausência de sexo e a sensação de ser santificada demais pra ser desejada.
Em “Tennis”, confessa ter descoberto que o homem que pediu permissão para trair acabou apaixonado por outra.
E em “Madeline”, o nome aparece como um fantasma e hoje já sabemos que foi a stylist da série Stranger Things – mas que não tem culpa – apenas se envolveu com um homem confuso e covarde demais para assumir seus erros e encarar seus sentimentos.
O homem que destrói o psicológico e segue em paz
No mesmo fim de semana em que o álbum saiu, uma amiga me mandou uma mensagem de Orlando:
“Amiga, acabei de ver o ex da Lily Allen no parque. Sozinho. Calmo. Como se nada tivesse acontecido.”
E é isso.
O homem que destrói o psicológico de uma mulher sempre tem um semblante tranquilo.
Ele dorme bem. Ele come. Ele viaja. Vai a festas. Tira seu espaço para que ele possa existir na sua plenissima felicidade pós caos. Quem nunca?
Enquanto ela tenta entender o que aconteceu, ele volta a viver — como se a ruína tivesse sido um pequeno mal entendido.
Há um tipo específico de homem e quase toda mulher já esbarrou em um — que não se culpa.
Não porque seja cruel, mas porque não sente.
Ele desfaz vidas com a mesma naturalidade com que apaga uma notificação.
E quando você o reencontra, ele está leve.
Leve porque o peso ficou todo com você. O peso de dois mundos em uma só consciência.
O privilégio do esquecimento masculino
Eles sempre saem limpos.
A mulher tenta compreender o que foi; o homem já está no próximo roteiro.
Eles chamam de “fase”. A gente chama de trauma.
Eles dormem. A gente escreve, tira tarot, aluga amigas e vai para terapia.
Ai temos um abismo de consciência.
E é por isso que a arte ainda é território feminino: porque só quem sangra precisa criar um sentido.
Esses discos — Lemonade, Las Mujeres Ya No Lloran, West End Girl — são altares erguidos sobre os escombros.
E enquanto eles seguem sorrindo em Orlando, nós seguimos transformando a dor em linguagem e arte.
No fim
O homem destrói, a mulher elabora.
Ele esquece, ela compõe.
Ele fecha a porta, ela faz um álbum.
Porque o que eles chamam de “erro”,
a gente chama de literatura, canção, ou renascimento.
Eles destroem.
A gente escreve.
Algumas cantam.
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