Violência contra a mulher aumenta 51% em um ano em São Paulo
O dado foi trazido à tona com o levantamento feito no Mapa da Desigualdade 2019, pela Rede Nossa São Paulo e parceiras.
Na última terça-feira (5), o Mapa da Desigualdade 2019 foi divulgado para o público. Produzido pela Rede Nossa São Paulo em parceria com outras instituições de pesquisa, o material analisou os 96 distritos de São Paulo a partir de 53 indicadores para entender a desigualdade que ronda o estado, no intuito de diminuí-la, e incentivar outras cidades a fazerem o mesmo.
Entre os resultados obtidos, muitos são alarmantes e um deles é sobre a violência contra a mulher. Com o levantamento, pesquisadores constataram que a Sé é o pior distrito para a segurança feminina. Isso porque 803 a cada 10 mil mulheres, entre 20 a 59 anos, sofreram algum tipo de violência ao longo de 2018. Já o melhor distrito seria o da Vila Andrade, em que o número de ocorrência é de 102,3 casos para a proporção apontada anteriormente.
Com base em uma conclusão enviada pela própria Rede Nossa São Paulo, foi indicado que, em comparação ao ano anterior, as ocorrências de violência contra a mulher aumentaram em 51%. Para esse levantamento, foi levado em conta os cinco tipos de violência tipificados pela Lei Maria da Penha: física, psicológica, moral, sexual, e patrimonial.
Já de feminicídio, isto é, homicídio cometido com motivação pelo gênero feminino, o salto foi de 167% em relação a 2018. E a Sé reaparece como o distrito em que mais se teve ocorrência desse tipo crime, com 8,4 casos no ano inteiro. Entretanto, vale ressaltar que o Mapa aponta que nenhuma ocorrência foi feita em 20 distritos. Só que não se sabe se esse dado é porque nenhum caso realmente aconteceu ou porque mulheres continuam a ser mortas no escuro da sociedade.
O mesmo é trazido em relação à violência LGBTQI. O estudo aponta que 18 casos foram reportados na República, o que o torna o pior distrito. Entretanto, em 34 desses locais nenhuma ocorrência foi relatada. Em comparação ao número total de distritos em São Paulo, a estatística parece positiva. Só que a dúvida que surge é se a ausência de ocorrência é pela homofobia e transfobia realmente não acontecerem ou se é pela vítima ter medo da denúncia resultar em algo pior, como seu assassinato.
A mesma dúvida ressoa nos dados sobre violência racial, outra minoria social. Segundo o Mapa, na Sé, 13 a cada dez mil pessoas sofrem algum tipo de violência de racismo e injúria racial. Em três distritos, nenhuma ocorrência nunca foi relatada.