Viajo pelo mundo sem gastar nadinha com hotel
Já passeei sozinha por três continentes e, de quebra, fiz muitos amigos por onde viajei!

Eu em Paris: olha a Torre Eiffel ali atrás!
Foto: arquivo pessoal
Canadá, Austrália, Inglaterra e Israel. Esses são apenas alguns dos doze países que já conheci por causa do www.couchsurfing.org. Esse site reúne pessoas do mundo inteiro que gostam de viajar, se hospedar de graça e fazer amigos pelo planeta. Funciona assim: quando vou viajar, no Brasil ou em qualquer outro país, procuro no site alguém que possa me receber naquele lugar. Troco mensagens e, ao chegar no destino, tenho anfitrião e lugar pra dormir.
Também ofereço hospedagem na minha casa a quem vier à minha cidade, Recife. Pessoas de diferentes nacionalidades estão cadastradas no site. A maior parte tem entre 20 e 30 anos. A comunicação é feita em inglês, mas é possível usar só o português – embora isso diminua a quantidade de opções de hospedagem, claro.
Confira alguns dos países que eu já visitei
Passei dois meses na Europa!
É raro ter alguma surpresa desagradável com hóspedes ou anfitriões. Há cinco anos viajo assim, e a maioria dos membros é muito gente fina! Já fiz centenas de amigos e contatos em todo o mundo.
Minha maior aventura pelo CouchSurfing foi passar dois meses na Europa, no final de 2006. Fiquei três semanas em Berlim na casa de um cara, tudo combinado com antecedência, claro. Foi incrível, porque ele conhecia bem a cidade e me levou pra fazer os passeios mais legais pelos menores preços. Depois, fiquei em dois lugares diferentes da Suécia e vi neve pela primeira vez na vida. Terminei o tour em Paris, onde me hospedei na casa de uma finlandesa que eu já havia recebido em Recife.
Um gringo arrumou briga na rua. Acabou fora do site!
Minha casa vive cheia de gringos, principalmente no Carnaval. Uma vez, tive que mandar toda a família viajar no feriado, pra receber oito hóspedes!
Lembro que rolou um problema com um australiano mal-educado, que bebeu demais numa festa e se envolveu em briga na rua. Só não expulsei o cara da minha casa porque já estávamos no final do Carnaval e ele iria embora de qualquer jeito.
Porém, coloquei um depoimento negativo no perfil dele no CouchSurfing, contando da confusão que ele armou. Ele ficou tão malvisto que teve di?? – culdade em conseguir estadia em outros lugares. Vi que ele saiu do site um tempo depois.
Mas essa foi mesmo a única experiência ruim que tive no CouchSurfing. O site é realmente muito bem organizado. Nele, é possível ver por onde o seu possível hóspede ou anfitriãopassou e se ele se comportou direitinho durante as viagens que fez. Fica tudo registrado em depoimentos.
Viajo prevenida
Ninguém é obrigado a aceitar ninguém em casa. E, se não rolar simpatia entre o hóspede e o anfitrião, dá pra acabar com a hospedagem a qualquer momento. Nunca expulsei ninguém da minha casa, ainda bem.
De qualquer forma, sempre viajo prevenida para o caso de o meu anfitrião não gostar de mim ou eu não gostar dele. Faço mais de um contato na mesma cidade e, quando não posso ir para outro ”sofá”, levo dinheiro pra pagar um hotel ou um albergue. É bom se garantir, né?
Corro atrás da minha estadia três meses antes de viajar
Também tomo outros cuidados básicos para não ter nenhum tipo de surpresa desagradável. O principal deles é pedir estadia com uns três meses de antecedência. Assim, crio um laço de amizade com o anfitrião antes de pôr o pé na estrada. Sempre troco muitas fotos, e-mails, conversas por telefone e até por webcam. Aí, quando viajo, já sou quase íntima de quem vai me receber e chego me sentindo da casa.
Ah, importante: antes de viajar ou receber alguém, costumo deixar claro o que está à disposição. Alguns anfitriões oferecem apenas um pedaço de sofá. Já outros oferecem cama, alimentação e até passeios!
Vou pra Costa Rica rever o primeiro hóspede que recebi
E nesse vai e vem pelo mundo costuma rolar paquera. Já fui até a um casamento nos Estados Unidos, de pessoas que se conheceram pela comunidade. Nos próximos meses devo viajar pra Argentina e depois pra Costa Rica, onde vou rever o Patrick, o primeiro hóspede que recebi em Recife. São quatro anos de saudades e muitas novas histórias para contar.
Couchsurfing: o que é?
Couchsurfing, em inglês, significa ”surfar no sofá”. O termo é símbolo de um movimento mundial de hospitalidade e consiste em dar a um turista um sofá ou um espaço da casa pra ele descansar durante uma viagem – ou simplesmente mostrar a cidade. O sistema funciona no site www.couchsurfing.org, que tem ainda o ideal de ”unir o turista às pessoas do local que ele visita”. Comunidades locais de participantes organizam encontros em praças e bares. O CouchSurfing existe em 231 países do mundo, tem quase 1 milhão e meio de associados e já criou quase 3 milhões de amizades ao redor do mundo.