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Vai comprar a prazo? Atenção aos juros!

Quando o assunto é compra a prazo, os juros costumam ser o vilão. Mas há outras armadilhas no crediário. Veja o alerta dos especialistas.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 31 out 2016, 11h32 - Publicado em 22 dez 2010, 22h00
Isabella D´Ercole
Isabella D´Ercole (/)
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Vai comprar a prazo? Atenção aos juros!

Os especialistas concordam: o ideal é comprar à vista – e pedir desconto.  Foto: Divulgação

Quando as vitrines das lojas parecem gritar “compre, compre, compre”, lá vem a conversa mais sedutora de todas: leve o que deseja em seis vezes sem juros. Ou em dez vezes. Ou em 12. Não importa. “Se é sem juros, certamente vale a pena parcelar”, pensamos. 

Mesmo que o lojista supostamente não cobre juros, o crediário é um grande perigo. “Só devemos parcelar em situações de emergência, como quando a geladeira de casa quebra”, afirma a financista Eliana Bussinger, autora do livro As Leis do Dinheiro para Mulheres (ed. Campus). “Para começar, esse é um dinheiro que você não tem”, explica a consultora financeira e colunista de CLAUDIA Elaine Toledo, que escreveu Seu Dinheiro Vale Muito (ed. Alaúde). 

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O ideal é comprar à vista e pedir desconto. “Algumas lojas tiram até 10% do valor se o dinheiro está na mão.” A exceção pode ser a compra nas grandes empresas do varejo, em que o abatimento é impossível porque os gerentes não têm autonomia para negociar. Nesse caso, parcele a compra e coloque a quantia correspondente na poupança. Exemplo: você tem mil reais para a máquina de lavar que custa esse valor e será parcelada em dez vezes sem juros. “Ao terminar de pagá-la, terá 60 reais de lucro. Dá para comprar ingressos de cinema ou encher o tanque do carro”, diz Eliana. 

Dividir um único produto, como uma TV ou um vestido, causa pequeno impacto no orçamento. “O problema é quando se acumulam quatro, cinco débitos todo mês”, explica a orientadora de finanças Suyen Miranda, da Persona Consultoria, em São Paulo.

Nesse caso, o risco é de criar uma bola de neve: você, que acreditou estar economizando ao comprar “sem juros”, não consegue mais quitar a fatura do cartão de crédito e passa a pagar os juros estratosféricos da administradora. Aí, recomenda Suyen, é preciso procurar a operadora e renegociar o pagamento do rombo em vezes. Supondo que a situação não seja essa e que esteja liquidando, mensalmente e direitinho, as prestações, mesmo assim cuidado. “Primeiro, acerte o que deve antes de assumir novo compromisso. Muita gente tem nove parcelas para enfrentar e faz outra compra em 15 meses, desestabilizando a balança financeira“, afirma.

O crediário pode ser interessante, sim, mas para os disciplinados. A planilha com todos os gastos da casa e da família deve estar no papel – cálculos de cabeça abrem brechas para dúvidas e dívidas. “A contabilidade ajuda a visualizar receitas e despesas e a evitar o acúmulo de novas parcelas”, explica Eliana.

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Vai comprar a prazo? Atenção aos juros!

Quando você começa a acumular 4 ou 5 parcelamentos, você está com um problema.  Foto: Divulgação

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No entusiasmo, as pessoas desconsideram a possibilidade de desemprego ou outros imprevistos no meio do caminho, avisa Elaine. Por isso, a compra deve ser uma decisão do casal, que vai gerenciar qualquer crise em dupla.

Já a solteira terá que calcular o peso do inesperado e lembrar que conta apenas com o próprio fôlego para a solução dos dilemas financeiros. Mais delicada ainda é a situação de quem não tem renda fixa. “Se o ganho é flutuante, a compra a prazo é contraindicada“, alerta Suyen.

Claro, há exceções, como uma viagem muito desejada. A consultora aconselha contratar o pacote com bastante antecedência, dividir e pagar tudo sem juros até o embarque. Melhor será fazer turismo em baixa temporada. Raciocínio semelhante para sapatos e eletrodomésticos: em virada de estação ou depois do Natal, tudo fica mais barato. 

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Eliana Bussinger ensina que o ideal para uma vida sem tropeços financeiros é pagar despesas básicas (moradia, alimentação, educação, saúde e transporte) de forma a ter de sobra 15% do salário líquido. Uma fatia mínima disso fica para compras parceladas e lazer. O maior pedaço deve seguir para uma carteira de investimentos.

Depois de toda esta conversa, faça o teste: some seus compromissos, inclua as parcelas atuais e veja se você pode abraçar novo crediário. Mesmo pronta para ele, não seria mais interessante guardar o décimo-terceiro para bancar a realização de um sonho maior e mais duradouro?

 

Guia drápido da boa compra:

1. Evite agir por impulso e resista às tentações. O que justifica a compra é a necessidade do produto, e não o preço.

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2. Tente obter desconto comprando à vista. Se não for possível, sugira a divisão com entrada maior e parcelas menores.

3. Respeite o vencimento das parcelas. Pague o valor total da fatura do cartão para evitar o crescimento dos juros.

4. Siga o planejamento. Nada de gastar no réveillon a poupança reservada para adquirir um carro ou uma casa.

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