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Sua filha sente muito ciúme do seu namorado?

A interferência dos filhos na relação amorosa dos pais não é bem-vinda. Ajude a adolescente a controlar o ciúme exagerado que ela sente do seu namorado.

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 15h04 - Publicado em 10 abr 2014, 22h00
Suzana Lakatos e Rita Trevisan
Suzana Lakatos e Rita Trevisan (/)
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Minha filha de 15 anos fica de cara amarrada sempre que estou namorando. Às vezes, penso em casar de novo, mas tenho medo de que nossa relação vire um inferno. O que devo fazer? (pergunta enviada por leitora)

Em primeiro lugar, é preciso entender que os conflitos com os pais são naturais na adolescência e necessários para os filhos construírem a própria identidade. Por isso, não imagine que sua vida amorosa seja a única causa das discussões com sua filha. Se as circunstâncias fossem outras, ainda assim você teria conflitos com sua menina, embora por motivos diversos. O desafio é mostrar que pontos de vista diferentes podem conviver desde que haja respeito. Ouça o que sua adolescente tem a dizer sem perder a calma e coloque limites argumentando que há assuntos nos quais a interferência dos filhos não é bem-vinda. E a vida amorosa dos pais é um deles.

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É fundamental separar com clareza (inclusive para você) seus diferentes papéis – de mãe e de mulher. Uma forma de colocar essa separação em prática é reservar momentos de dedicação exclusiva à sua garota. A falta de uma convivência próxima com os pais leva os adolescentes a reações extremadas para chamar a atenção. Outro cuidado importante é não transformar sua filha em confidente amorosa. Para desfazer o impasse atual, apenas pergunte o que a incomoda nas suas tentativas de reconstruir a vida afetiva com um novo parceiro. Explique que viver ao lado dele fará de você uma mulher mais feliz e realizada e que, mesmo estando com alguém, ela sempre terá lugar garantido no seu coração. Por mais confusa que sua filha se sinta, certamente ela deseja seu bem. A reação do contra talvez tenha origem no ciúme ou no medo de ficar em segundo plano na sua vida. Aproveite para comentar suas expectativas quanto ao relacionamento dela com seu namorado ou futuro marido. Não espere que eles se tornem amigos à primeira vista nem force aproximações. Deixe claro (para ambos) que espera uma convivência cordial. Dê tempo a eles para que se conheçam e identifiquem interesses comuns. Leve em conta que o tipo de relacionamento que sua menina mantém com o pai biológico também influenciará a receptividade dela. Às vezes, os filhos adotam o ressentimento do cônjuge que foi substituído.

Ao tolerar as reações naturais de sua filha e se empenhar em entendê-la, você exige respeito com relação às suas escolhas e aos seus projetos ao mesmo tempo que modera o conflito de modo positivo. Mas jamais desista de ser feliz. Sua coragem e motivação para construir uma relação de amor e respeito com outro homem, depois de experiências amorosas difíceis, são um belo modelo de vida que você oferece a ela.

Fonte: Jônia Lacerda Felício, psicóloga e diretora do Serviço de Psicologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
 

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