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Sororidade: o que é e como incorporá-la ao ambiente de trabalho?

Uma forma de começar a quebrar a cultura machista no ambiente corporativo é, antes de mais nada, desistir do ciclo de competitividade entre mulheres

Por Marcela De Mingo (colaboradora)
Atualizado em 5 abr 2017, 19h46 - Publicado em 5 set 2015, 09h10
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Sheryl Sandberg, COO do Facebook, criou uma comunidade que ela chama de Lean In, algo como ‘apoiem-se’, em português. A ideia é, justamente, fazer com que mulheres se unam e encontrem um apoio mútuo para enfrentarem as dificuldades e os abusos que passam na vida moderna. Aí está, basicamente, definido o conceito de sororidade.

Segundo Lola Aronovich, professora do departamento de línguas estrangeiras da Universidade Federal do Ceará e autora de um dos maiores blogs feministas do Brasil, o Escreva Lola Escreva, sororidade “vem de ‘irmãs’ e vai contra esse mito de que as mulheres não podem ser amigas”.

“Os homens podem competir por milhares de coisas, mas para as mulheres pega mal ser competitiva no trabalho. Então sobra para as mulheres competirem por homens, para agradá-los ou conquista-los. E isso é uma é uma estratégia para manter as mulheres desunidas”, diz.

Por conta disso, a noção remete à uma união maior entre as mulheres, não contra os homens, mas contra a ideia de que eles não podem ser próximas umas das outras sem interesses que digam respeito à eles.

“Existem pesquisas de linguística falando que como o homem é um ser valorizado na sociedade, o que ele diz, o que ele pensa, é muito mais bem visado do que uma mulher diz, pensa ou escreve. E nós mesmas fazemos isso [em relação aos homens e umas com as outras]”, continua.

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A discrepância é tão grande e tão enraizada que é comum histórias de homens que são pais solteiros serem extremamente divulgadas e apreciadas, enquanto mulheres que estão na mesma situação são vistas de maneira denegrida, como se não tivessem se cuidado e merecessem o sofrimento.

No ambiente de trabalho

Uma forma de começar a quebrar a cultura machista no ambiente coorporativo é, antes de mais nada, desistir do ciclo de competitividade entre mulheres. “ Tem que apoiar outras mulheres, ouvi-las dar voz igual às mulheres e aos homens”, começa Lola.

Uma mulher em um cargo de chefia, por exemplo, deve ser respeitada e valorizada como tal, é preciso que haja uma abolição de comentários que degredem a sua imagem, o seu trabalho e como ela alcançou esse espaço na empresa.  Além disso, é necessário que as empresas tenham mais em vista a capacidade de promoção de mulheres no mesmo nível que os homens.

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Outro ponto que Lola levanta é que as denúncias de assédio sexual e moral nas empresas devem ser levadas mais a sério, porque são muito comuns no mundo empresarial e ainda não é um assunto visto com a seriedade que pede.

“Tentar [também] questionar sempre os nossos preconceitos, porque nós sabemos muito bem que o que para um homem é visto como algo positivo, para a mulher é visto como algo negativo. Por exemplo, você ser assertiva. Para um homem, isso é bom. Agora para uma mulher, é ela ser mandona…”, explica a professora. “Tentar sempre olhar esses preconceitos e ver porque nós estamos julgando homens e mulheres de maneiras diferentes”.

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