Seu filho sente ciúme do irmãozinho? Saiba o que fazer
Entenda porque é normal que seu filho mais velho sinta ciúmes do bebê e saiba como ajudá-lo
Envolver o filho mais velho nos cuidados com o caçula ajuda a diminuir o ciúmes
Foto: Dreamstime
É normal o filho único se ressentir da chegada de um irmão. Afinal, de uma hora para outra, ele deixa de ser o centro das atenções e precisa aprender a compartilhar, o que não é nada fácil. Ocorre que muitas crianças voltam a agir como bebês para mostrar que se sentem excluídas, e, normalmente, só retornam aos antigos hábitos quando sentem a certeza de que continuam sendo amada e valorizada pelos pais.
Compreender e respeitar esse sentimento são os primeiros passos para ajudar a criança restabelecer a segurança. Na cabecinha do seu filho mais velho, a chupeta, a fralda e a mamadeira são o passaporte para receber atenção e cuidados iguais aos dedicados ao irmão. Proibir ou censurar esses pedidos só irá aumentar o desejo em relação aos objetos do bebê. Então, faça as concessões, mas tome o cuidado de explicar que seu filho não precisa mais daquilo. Por exemplo, em relação à mamadeira, basta dizer quanto é incômodo tomar leite ou suco numa garrafinha em que se deve sugar por um buraco mínimo.
Segundo a psicóloga Ana Cristina Marzolla, de São Paulo, é fundamental valorizar as habilidades que a criança já adquiriu e elogiá-la pelo que sabe fazer. Casualmente, faça comentários como: “Olha só. Você já foi um bebezinho que só mamava e dormia e agora é uma pessoa que sabe andar, falar, comer sozinha… Estou muito orgulhosa de você”. Ou: “Reparou como seu irmãozinho chora? É que ele ainda não sabe dizer o que quer, e a mamãe precisa adivinhar tudo. Ainda bem que você, que é muito inteligente, já sabe falar e não precisa chorar”. Comentários como esses estimulam o diálogo e encorajam a criança a falar sobre medos e inseguranças que provavelmente não viriam à tona diante de uma pergunta mais direta.
Envolver o filho mais velho nos cuidados com o caçula às vezes ajuda a dissipar o ciúme, desde que a criança queira e que essa não seja a única forma de estar com a mãe. Muito mais relevante é equilibrar o tempo dedicado a cada filho. Uma saída é se revezar com o pai: enquanto ele olha o bebê, você fica despreocupada para brincar com o filho mais velho, pegá-lo no colo e contar as historinhas preferidas. À medida que percebe a atenção da família, a criança abandonará espontaneamente as atitudes de bebê. Para reorganizar a rotina, não hesite em pedir a ajuda de parentes, de uma empregada de confiança ou mesmo de um psicoterapeuta. O importante é redescobrir o caminho para harmonizar as diferentes necessidades de cada um.