Segura e protegida no transporte público
Pesquisa aponta que 38% das mulheres já foram vítimas de assédio em trens e metrôs. Medidas como a criação de vagões exclusivos podem ajudar a minimizar o problema, mas denunciar os abusadores também é fundamental
Toda mulher deveria poder usar o transporte público sem ser importunada. Na prática, infelizmente, não é isso que acontece. Recentemente, casos de abuso em trens e metrôs ganharam espaço no noticiário e trouxeram à tona um problema que a brasileira conhece bem: assediadores que aproveitam o excesso de passageiros nos vagões para tirar proveito da situaçã. Alguns chegam ao cúmulo de fotografar ou filmar a ação com o celular para, depois, divulgar as imagens na internet.
Vagões só para elas
O número de casos não é pequeno segundo pesquisa do Datafolha realizada na cidade de São Paulo em abril deste ano, 38% das mulheres ouvidas já foram vítimas de assédio físico no transporte público. O estudo mostrou também que sete em cada dez paulistanos são favoráveis à disponibilização de vagões exclusivos para mulheres no sistema metroferroviário durante os horários de pico. No Rio de Janeiro, a medida foi adotada em 2007.
Participe da campanha
A marca de sabonetes íntimos Dermacyd também acredita nessa ideia. Por isso, decidiu lançar um movimento de apoio à inclusão do vagão exclusivo para mulheres em São Paulo. Para aderir à campanha, basta participar do abaixo-assinado, acessando https://www.dermacyd.com.br/vagaodasmulheres. Nas redes sociais, siga a hashtag #vagaodasmulheres. Homens também podem (e devem) participar. Afinal, vale lembrar que os assediadores são uma minoria, que sofre de algum desvio de conduta a grande maioria dos homens não só rejeita esse tipo de comportamento, como ajuda a impedi-lo.
Proteja-se, denuncie!
Por enquanto, algumas atitudes podem minimizar o risco de sofrer abuso. Se não for possível evitar o transporte nos horários de grande aglomeração, tente ficar encostada numa das paredes do vagão. Assim, você consegue impedir que alguém se posicione por trás. Se sofrer assédio, não guarde para você, denuncie! Pode ser até mesmo por mensagem de texto do seu celular para o SMS-Denúncia do Metrô (9 7333-2252) ou da CPTM (9 7150-4949). A mensagem chega a uma central de monitoramento que imediatamente destaca os agentes de segurança mais próximos para verificação e providências. Ou seja, dependendo da situação, o assediador pode até mesmo ser detido na hora. O Metrô e a CPTM têm, cada um, um contingente de 1.300 agentes (alguns uniformizados, outros à paisana) distribuídos pelas estações e pelos trens. Há, também, um sistema de monitoramento por câmeras. Não hesite em pedir ajuda.