Segunda colocada no Miss Itália é vítima de gordofobia
Ela tem tudo que uma miss ~precisa~, menos o número do manequim.
Barriga chapada, corpo escultural, rosto bonito e talento especial. Paola Torrente tem todos os pré-requisitos exigidos de uma candidata a miss. Desde o começo da competição, porém, um número mantinha longe do pódio a imagem que a italiana de 22 anos tinha de seu futuro: 46, seu manequim. Contrariamente ao que até ela mesma provavelmente acreditava, em meio a várias candidatas tamanho 34, Paola ficou em segundo lugar no Miss Itália 2016.
A estudante de engenharia se orgulha de suas curvas nas redes sociais, sempre postando fotos que incentivam a positividade do corpo. Ainda assim, depois do impressionante resultado do concurso, no dia 10 de setembro, recebeu diversos ataques de outras competidoras – e até da mãe de uma delas, que exigiu um novo concurso, voltado exclusivamente à participação de mulheres gordas.
“Chegamos ao ponto em que escolhemos uma Miss Itália que é gorda, e tudo isso em nome da sensibilidade e da aceitação dos outros”, disse Nina Moric, uma modelo croata. “Por que não começamos um [concurso] para pessoas com pés feios, também?”.
A organizadora do concurso, Patrizia Mirigliani, interveio na confusão. “Parem com estereótipos. Queremos mais modelos que estejam próximas das pessoas reais“, declarou. Ela disse ainda que a popularidade de mulheres curvilíneas é uma iniciativa importante para combater a anorexia e alegou que é importante receber o apoio da indústria da moda para conseguir “vencer esta luta”.
“Apesar do segundo lugar, me sinto uma vencedora”, disse Paola. Se até ela – com barriga chapada, corpo escultural, rosto bonito e talento especial – sofre com a imposição de padrões estéticos, imagina como tem sido a vida para o resto das mulheres?